ALIMENTAÇÃO

Alimentos ultraprocessados prejudicam aptidão cardiovascular

Um novo estudo realizado por investigadores da Universidade Sacred Heart, nos Estados Unidos, permitiu concluir que crianças de 3 a 5 anos que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham habilidades locomotoras mais pobres do que crianças que consumiam menos alimentos desse tipo. Descobriu-se ainda que existia menor aptidão cardiovascular em jovens dos 12 a 15 anos que consumiam mais alimentos ultraprocessados.

Alimentos ultraprocessados prejudicam aptidão cardiovascular

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Investigações anteriores já haviam mostrado que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares em adultos, no entanto, este é um dos primeiros estudos a revelar uma ligação entre o consumo desses alimentos e níveis mais baixos de aptidão física em crianças.

No estudo foram considerados ultraprocessados alimentos como lanches embalados, cereais matinais, doces, refrigerantes, sumos e iogurtes adoçados, sopas enlatadas e alimentos preparados como pizza, cachorro-quente, hambúrguer e nuggets de frango.

Jacqueline Vernarelli, líder do estudo, realça que os comportamentos saudáveis de dieta e exercício são estabelecidos numa idade muito jovem.
As descobertas apontam para a necessidade de educar as famílias sobre maneiras económicas de reduzir a ingestão de alimentos ultraprocessados para ajudar a diminuir o risco de problemas cardiovasculares na idade adulta.

Para examinar a associação entre aptidão física e alimentos ultraprocessados durante várias fases da infância, os investigadores analisaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (NHANES) realizada em 2012.
Este estudo apoiou-se em entrevistas e testes de condicionamento físico para recolher dados sobre atividade física, níveis de condicionamento físico e ingestão de alimentos em mais de 1500 crianças americanas dos 3 aos 15 anos. Os alimentos ultraprocessados foram identificados usando o NOVA, que categoriza alimentos e bebidas de acordo com o nível de processamento dos alimentos.

Para crianças de 5 anos ou menos, os investigadores usaram o desenvolvimento locomotor como medida de aptidão física. A análise revelou que as crianças com as menores pontuações de desenvolvimento locomotor consumiram 273 calorias a mais por dia provenientes de alimentos ultraprocessados, do que as crianças com as maiores pontuações de desenvolvimento locomotor.

A aptidão cardiovascular foi utilizada como medida de aptidão física nas crianças mais velhas. O estudo revelou que adolescentes e pré-adolescentes com boa aptidão cardiovascular consumiram diariamente 226 calorias a menos provenientes de alimentos ultraprocessados, em relação àqueles que não tinham boa aptidão cardiovascular.

Segundo a investigadora, embora os alimentos de conveniência altamente processados sejam fáceis de transportar numa mochila escolar, a investigação mostra a importância de preparar lanches e refeições saudáveis. As decisões que os pais tomarem enquanto os filhos são crianças vão ter influência no seu futuro.

O próximo passo dos especialistas é analisar com maior detalhe os padrões de consumo de alimentos ultraprocessados por faixa etária. Por exemplo, as crianças ingerem mais esse tipo de alimentos ao pequeno-almoço, almoço ou ao lanche?
Uma melhor compreensão de como e quando esses alimentos são consumidos pode ajudar em futuras intervenções destinadas a incentivar uma alimentação mais saudável.

Fonte: Tupam Editores

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