CANCRO

Cancro colorretal: medicamento testado revela bons resultados

Dezoito pessoas diagnosticadas com cancro colorretal entraram em remissão completa depois de terem participado no ensaio clínico de um novo medicamento – o dostarlimab. Um resultado inédito, considerou o autor do estudo, Luis A. Diaz Jr., do Memorial Sloan Kettering Cancer Center.

Cancro colorretal: medicamento testado revela bons resultados

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Os pacientes com cancro colorretal, normalmente, são submetidos a tratamentos como quimioterapia, radioterapia, e ainda a intervenções cirúrgicas. Os doentes deste estudo, patrocinado pela farmacêutica GlaxoSmithKline, não foram submetidos a estes tratamentos ou intervenções cirúrgicas, mas estavam a contar que isso acontecesse após o ensaio clínico, o que acabou por não ser necessário.

Todos os doentes que participaram no estudo têm uma mutação designada MMRd, que acomete 5% a 10% das pessoas com a doença. Esta característica tende a tornar os indivíduos menos responsivos à quimioterapia e à radioterapia, mas deixa as células cancerígenas mais vulneráveis à resposta imunológica incentivada por um agente imunoterápico, como o dostarlimab. O medicamento torna as células tumorais detetáveis permitindo assim ao sistema imunitário identificá-las e destruí-las.

Os pacientes receberam o dostarlimab a 500 mg por via intravenosa a cada 3 semanas durante 6 meses, totalizando 9 ciclos. No início e durante o tratamento, os pacientes foram monitorados de perto e avaliados quanto à resposta em 6 semanas, 3 meses e 6 meses. Nesses momentos-chave, foram submetidos a exames endoscópicos e retais digitais.

Após a conclusão do tratamento em 6 meses, os pacientes foram submetidos a uma avaliação radiológica e endoscópica abrangente, incluindo recolha de biópsia tumoral e ressonância magnética, tomografia por emissão de positrões com 18F-fluorodesoxiglicose e tomografia computadorizada do tórax, abdómen e pelve. Um ano depois do início do tratamento, não foram encontradas evidências de tumores nos exames.

O oncologista refere que esta é a primeira vez que isto acontece na história do cancro, contudo, ainda é cedo para se saber se estes doentes estão efetivamente curados. Sabe-se muito pouco sobre quanto tempo será necessário para perceber se a resposta clínica do dostarlimab equivale à cura

O estudo, publicado recentemente no New England Journal of Medicine, ainda não está concluído. Os investigadores continuarão a acompanhar os doentes e serão recrutados mais voluntários. O objetivo é testar a eficácia do medicamento contra outros tipos de cancro.

Segundo dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro, o cancro colorretal é a doença oncológica com mais incidência anual em Portugal, registando-se mais 10 mil casos por ano, e é a segunda causa de mortalidade por cancro no país.

Fonte: Tupam Editores

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