MEDICAMENTO

Medicamento para cancro da mama pode ajudar mais pacientes

Um estudo publicado recentemente no New England Journal of Medicine demonstrou, pela primeira vez, que um medicamento direcionado a uma proteína que impulsiona o crescimento do cancro da mama funciona contra tumores com níveis muito baixos da proteína.

Medicamento para cancro da mama pode ajudar mais pacientes

SOCIEDADE E SAÚDE

LUTA CONTRA O CANCRO DA MAMA


Ainda que não seja uma cura, estas descobertas são um avanço na terapia direcionada ao cancro e podem abrir novas possibilidades de tratamento para milhares de pacientes com cancro da mama avançado.

Até agora, os cancros de mama eram classificados como HER2-positivos – as células cancerígenas têm mais proteína do que o normal – ou HER2-negativos. Os médicos que relataram a descoberta referiram que “HER2-baixo” é uma nova categoria para orientar o tratamento do cancro da mama.
Cerca de metade dos pacientes com cancro da mama em estágio avançado anteriormente classificados como HER2-negativos podem, na verdade, ser HER2-baixo e elegíveis para o medicamento.

Pertencente a uma classe relativamente nova de medicamentos denominada conjugados anticorpo-fármaco, o medicamento é o Enhertu – uma combinação anticorpo-quimioterapia administrado por IV.
Ele encontra e bloqueia a proteína HER2 nas células cancerígenas, ao mesmo tempo que descarrega um poderoso produto químico que mata o cancro dentro dessas células. Já foi aprovado para o cancro de mama HER2-positivo e, em abril, a FDA concedeu-lhe o estatuto de avanço para esse novo grupo de pacientes.

No novo estudo, o medicamento prolongou o tempo de vida dos pacientes sem que o cancro progredisse e melhorou a sobrevida em comparação com os pacientes que receberam a quimioterapia padrão.

O estudo comparou o Enhertu à quimioterapia padrão em cerca de 500 pacientes com cancro da mama HER2-baixo que se espalhou, ou não pôde ser tratado com cirurgia. O medicamento parou a progressão do cancro por cerca de 10 meses em comparação com cerca de 5 1/2 meses no grupo que recebeu os cuidados regulares. O medicamento melhorou a sobrevida em cerca de seis meses (de 17,5 meses para 23,9 meses).

Segundo a Dra. Sylvia Adams, que dirige o tratamento do cancro de mama na NYU Langone Health, este estudo muda a prática, pois aborda uma grande necessidade não atendida dos pacientes com cancro da mama metastático. O passo seguinte é definir a área cinzenta do HER2, para garantir que os pacientes certos recebam o tratamento e depois monitorizá-los de perto.

Muitas pessoas, incluindo os pacientes, nunca ouviram falar de cancro da mama HER2-baixo. Finalmente existe um medicamento direcionado ao HER2 que pode atingir esse baixo nível de expressão do HER2. Este medicamento ajuda realmente a definir os pacientes com cancro de mama HER2-baixo, o que a torna, pela primeira vez, uma população alvo.

Fonte: Tupam Editores

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