GENÉTICA

Cientistas identificam gene crítico para resposta imune humana

Uma equipa de cientistas do Cedars-Sinai identificou um gene que desempenha um papel essencial no sistema imunológico humano inato. O gene, NLRP11, ajuda a ativar a resposta inflamatória que diz aos glóbulos brancos do corpo para atacarem uma presença estranha.

Cientistas identificam gene crítico para resposta imune humana

MEDICINA E MEDICAMENTOS

AS FRAGILIDADES DO SISTEMA IMUNITÁRIO


Estas descobertas aproximam a ciência médica da compreensão de um processo biológico que pode ajudar e prejudicar o corpo.
Christian Stehlik, coautor sénior do estudo, explica que a inflamação crónica é uma causa subjacente a inúmeras doenças humanas. Se se estudarem os mecanismos moleculares envolvidos na maneira como a inflamação ocorre e como esta é regulada, descobre-se algo que pode ser aplicado de forma muito ampla.

Quando o sistema imunológico deteta uma bactéria, vírus, toxina ou outra presença estranha no corpo, envia glóbulos brancos para cercar a substância indesejada e libertar substâncias químicas para a atacar.
Essa resposta leva à inflamação, que causa vermelhidão, dor, calor e inchaço na área afetada à medida que o corpo se cura. Às vezes, essa resposta defensiva dura mais do que deveria, resultando em inflamação crónica. Ou, o sistema imunológico pode atacar erroneamente células saudáveis, levando a doenças autoimunes.

Segundo Andrea Dorfleutner, também coautora do estudo, a inflamação aguda é necessária e benéfica para erradicar a infeção e iniciar o processo de cicatrização de feridas. Já a inflamação crónica, de longo prazo e descontrolada, é prejudicial e pode danificar os órgãos e tecidos do corpo.
A chave para controlar a resposta inflamatória e prevenir a inflamação crónica pode estar na capacidade de influenciar a expressão do gene NLRP11.

Os cientistas utilizaram um sistema de edição de genes denominado CRISPR/Cas9 para remover genes ou introduzir mutações genéticas em glóbulos brancos humanos chamados macrófagos. Eles observaram que, quando excluíram o NLRP11, isto impediu que um sensor do sistema imunológico denominado inflamassoma NLRP3 fosse ativado e iniciasse a resposta inflamatória.

Quando os especialistas restauraram o gene NLRP11, o inflamassoma NLRP3 enviou os seus sinais de ataque, o que desencadeou o processo inflamatório típico. Os cientistas optaram por se concentrar nesse gene em particular porque ele não é expresso em ratinhos, o que os levou a levantar a hipótese de que era parte integrante do complexo sistema imunológico que existe em humanos.

O estudo, publicado na revista científica Nature Immunology, tornou possível a existência de uma imagem melhor dos mecanismos por trás da inflamação, assim, podem-se criar estratégias completamente novas para a atingir que não eram possíveis antes.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS