CANCRO

Cancro colorretal: diagnosticados todos os dias 27 novos casos

Junho é o mês da Saúde Digestiva e arrancou com o Dia Mundial da Saúde Digestiva, que se celebra a 29 de maio, e que este ano tem como tema o Cancro colorretal (CCR), a principal causa de morte por cancro digestivo em Portugal. Este é, contudo, um dos cancros mais fáceis de evitar, sendo o objetivo a sensibilização para o rastreio e diagnóstico precoce.

Cancro colorretal: diagnosticados todos os dias 27 novos casos

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O número de doenças digestivas em Portugal está a aumentar. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), o cancro digestivo (pâncreas, fígado, esófago, estômago e colorretal) regista números bastante elevados em todo o mundo, e o nosso país não é exceção, representando 10% da mortalidade portuguesa e matando atualmente um português por hora.

O CCR (ou cancro do colón e do reto) é o mais comum na Europa e o 3º cancro mais comum no mundo. A incidência e mortalidade variam muito de país para país. Em Portugal, todos os dias são diagnosticados 27 novos casos de CCR, o que corresponde a 10 mil novos doentes por ano.

Este tipo de cancro tem uma progressão lenta e silenciosa, assintomática, que muitas vezes pode ser superior a 10 anos.
De entre os vários fatores de risco dá-se destaque à idade – é raro aparecer antes dos 40 anos e a incidência começa a aumentar de forma significativa a partir dos 50 anos. Mas a doença inflamatória intestinal, a obesidade, e hábitos como o alcoolismo, tabagismo, e a grande ingestão de carnes vermelhas e alimentos processados também são relevantes.

A sintomatologia do CCR é variada e, por vezes, discreta. Os sintomas mais frequentes incluem a alteração inesperada do hábito intestinal, ou seja, uma pessoa que normalmente é obstipada passar a ter diarreias com frequência, sem motivo aparente, ou o contrário; a sensação de querer ir evacuar e depois ser uma falsa vontade, e a evacuação não se fazer com a forma habitual; a sensação de não ter evacuado totalmente e não haver mais nada que se possa expulsar, e a perda de sangue.

São de destacar ainda outros sintomas gerais que podem estar relacionados a problemas do intestino como a pessoa sentir-se doente, ter uma anemia, estar a emagrecer, perder o apetite ou ter dores abdominais persistentes.

Ainda que, até ao momento, não exista um conhecimento exato das causas deste cancro sabe-se que a melhor forma de o prevenir e diminuir a probabilidade do seu aparecimento é optar por um estilo de vida saudável.
A dieta mediterrânica tem sido muito aconselhada, por ser a que menor probabilidade tem de induzir alterações no intestino, mas é igualmente importante evitar o sedentarismo, fumar, ingerir bebidas alcoólicas e contrariar a obesidade.

Uma das formas mais eficazes de prevenção é a realização de rastreios para identificar lesões precursoras do cancro e a deteção precoce.
Um diagnóstico na fase inicial da doença dá origem a que 90% destes doentes continuem vivos cinco anos após o mesmo. Por oposição, apenas 10% estarão vivos se a doença já estiver disseminada no organismo aquando da sua descoberta.

Por esta razão é importante esclarecer e sensibilizar para a importância do rastreio, por forma a detetar lesões benignas precursoras do cancro ou fazendo o diagnóstico em fase precoce e conseguir um tratamento com grande probabilidade de sucesso.

Em Portugal, o rastreio do CCR pode ser feito essencialmente por duas técnicas, a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia. A pesquisa de sangue oculto nas fezes avalia as fezes em busca de sangue, que pode estar presente se houver perdas não percetíveis de sangue (por CCR ou outras causas). Se o teste for positivo, todo o intestino deve ser examinado com colonoscopia.
A colonoscopia permite que o médico veja o revestimento de todo o cólon, incluindo o reto. Este é o mais sensível dos testes disponíveis pois deteta a maioria dos pólipos pequenos e quase todos os pólipos grandes e cancros, reduzindo substancialmente o risco de desenvolver e morrer de CCR.

Não deixe que o mito de que o rastreio é doloroso o domine, porque não é verdade.

Fonte: Tupam Editores

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