Um novo tratamento revolucionário para as cataratas revelou resultados extremamente positivos em testes de laboratório, dando esperança de que a doença, que atualmente só pode ser curada com cirurgia, possa em breve ser tratada com medicamentos.
Uma das principais causas de cegueira evitáveis no mundo continua a ser a catarata. Considerada uma questão de saúde pública, a catarata atinge cerca de metade da população mundial com mais de 65 anos.
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A catarata ocular caracteriza-se pela perda progressiva da transparência do cristalino (lente natural do olho). Esta é causada por uma desorganização das proteínas no cristalino que leva à formação de aglomerados de proteínas, os quais espalham a luz e reduzem severamente a transmissão para a retina. O cristalino torna-se opaco (turvo) com a idade, instalando-se de uma forma lenta e progressiva, afetando, desta forma, a visão, acabando por causar cegueira em milhões de pessoas em todo o mundo.
Uma equipe de cientistas internacionais, liderada pela professora Barbara Pierscionek, da Universidade Anglia Ruskin, em Cambridge (Reino Unido), realizou testes óticos avançados num composto de oxisterol que havia sido proposto como uma substância anticatarata.
Em testes laboratoriais realizados em ratinhos, o tratamento com o composto de oxisterol VP1-001 mostrou uma melhora nos perfis de índice de refração – um parâmetro ótico fundamental que é necessário para manter a alta capacidade de foco – em 61% das lentes. Isto significa que a organização da proteína da lente está a ser restaurada, resultando numa melhor capacidade de foco da lente. O facto foi apoiado por uma redução na opacidade da lente em 46% dos casos.
Segundo a professora Pierscionek, o estudo, publicado na revista científica Investigative Ophthalmology and Visual Science, revelou os efeitos positivos do composto que foi proposto como substância anticatarata, mas nunca antes testado na ótica da lente. Esta foi a primeira investigação deste tipo a ser realizada no mundo.
Ficou provado que existe uma diferença notável entre e melhora na ótica entre os olhos com o mesmo tipo de catarata que foram tratados com o composto, em comparação com aqueles que não foram. Ocorreram melhorias em alguns tipos de catarata, mas não em todos, o que indica que este pode ser um tratamento para cataratas específicas.
Isto sugere que pode ser necessário fazer distinções entre os tipos de catarata ao desenvolver medicamentos anticatarata. É um passo significativo na direção do tratamento para essa condição extremamente comum com medicamentos, em vez do procedimento cirúrgico realizado atualmente.
