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Identificado mecanismo que impede acumulação de proteínas

As patologias neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson estão relacionadas com a acumulação de proteínas, como amiloide e tau. Uma equipa de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, identificou um novo mecanismo capaz de inibir a formação de emaranhados dessas proteínas comummente associadas a quadros de demência.

Identificado mecanismo que impede acumulação de proteínas

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DEMÊNCIA


De acordo com o estudo, publicado na revista científica Nature Communications, esses agregados de proteínas podem causar danos irreversíveis às células nervosas do cérebro, sendo que, em indivíduos saudáveis, as células monitorizam essas estruturas, destruindo as que estão defeituosas. No entanto, no caso das doenças neurodegenerativas esse processo não ocorre eficientemente.

A investigação, liderada por cientistas da Universidade de Cambridge descobriu uma forma de produzir proteínas, revertendo a acumulação de emaranhados. Em parceria com a Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, e a Universidade do Algarve, em Portugal, os especialistas utilizaram padrões de luz de um produto químico para identificar a replicação defeituosa em células vivas.

Para Eduardo Melo, um dos autores do estudo, é fascinante como medir o tempo de vida de fluorescência da sonda na escala de nanossegundos sob um microscópio movido a laser torna óbvios os agregados invisíveis dentro da célula.

Edward Avezov, coautor da pesquisa, explica que as células são sujeitas a níveis elevados de stress o que por sua vez produz dobras incorretas nas proteínas.
A equipa centrou-se em stressar um componente das células denominado retículo endoplasmático, que desempenha funções como a síntese, dobramento, modificação e transporte das proteínas necessárias à superfície ou fora da célula.

A hipótese de partida foi que stressar o retículo endoplasmático poderia conduzir a um mau dobramento e agregação das proteínas ao diminuir a sua capacidade de funcionar corretamente, no entanto, o resultado obtido foi precisamente o oposto.
Ao stressar a célula eliminaram-se os agregados, e não porque se degradaram mas porque se desenredavam, o que lhes permitia voltar a dobrar-se corretamente.

Segundo Avezov, se se puder encontrar uma maneira de despertar esse mecanismo sem stressar as células – o que pode causar mais danos do que benefícios – talvez se possa descobrir uma forma de tratar algumas demências

O principal componente deste mecanismo parece ser uma classe de proteínas conhecidas como proteínas de choque térmico (PCTs), as quais são produzidas quando as células são expostas a temperaturas acima da temperatura normal de crescimento, e em resposta ao stress.
O cientista especula que tal pode ajudar a entender porque é que alguns estudos recentes feitos em países escandinavos referem que as pessoas que usam saunas podem apresentar um risco menor de demência.

Fonte: Tupam Editores

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