A equipa de investigadores analisou 23 estudos que incluíram dados retrospetivos, transversais ou prospetivos sobre decisões de parto para identificar temas que influenciaram as decisões sobre o parto.
Alguns fatores identificados incluíam a segurança em diferentes cenários, os meios de comunicação, a família e os amigos, a presença ou ausência de escolha e controlo durante o trabalho de parto e o acesso a diferentes opções, tanto físicas como financeiras.

As participantes de 18 estudos consideravam a segurança e os riscos de vários locais de nascimento como um fator importante na decisão do local onde dar à luz. Aquelas que optaram pelo parto domiciliar explicaram que sentiam que receberiam intervenções desnecessárias se dessem à luz no hospital.
Por outro lado, participantes de sete estudos relataram que optaram pelo parto hospitalar porque acreditavam que os hospitais eram o local mais seguro.

Houve 16 estudos que analisaram influências externas como os meios de comunicação e as histórias e opiniões de amigos e familiares. Aqueles que escolheram partos domiciliares ou centros de parto citaram livros, filmes e artigos positivos sobre parto domiciliar como tendo contribuído para a sua decisão. Tiveram ainda em consideração as narrativas de parto de amigos e familiares, e um estudo mostrou que as participantes que nasceram em casa decidiram ter um parto domiciliar para manter a “tradição familiar”.
As participantes que optaram pelo parto hospitalar relataram ter lido artigos com opiniões negativas sobre parto domiciliar.

Dez estudos examinaram a presença ou ausência de escolha e controle sobre os locais de nascimento. As participantes que optaram pelo parto domiciliar citaram autonomia, decisão e poder como os principais fatores da sua decisão.
As participantes que deram à luz em hospitais relataram falta de controlo sobre o parto. Convém referir que aquelas que tinham expetativas mais baixas sobre as escolhas que poderiam fazer durante o trabalho de parto e nascimento relataram experiências positivas de parto, independentemente de seguirem o seu plano de parto.

Segundo Erin George, líder da investigação e enfermeira obstetra no Hospital Mount Auburn, em Cambridge, Massachusetts, muitas pessoas enfrentam barreiras financeiras, de seguro de saúde e/ou geográficas significativas em relação a locais de atendimento que seriam a sua primeira escolha para o parto e o nascimento.

Compreender como as mulheres decidem onde dar à luz pode auxiliar na tomada de decisões e na adaptação das condições às necessidades das mesmas, o que acabaria por melhorar as suas experiências e resultados.

Os investigadores concluíram que estes dados ajudam a sublinhar a importância da existência de um sistema de saúde perinatal de alta qualidade abrangente que garanta o acesso equitativo a todos os cuidados de saúde disponíveis.