Descobertas informações sobre maturidade de células linfoides
Uma equipa de investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, analisou de que forma certas células imunes conhecidas como células linfoides inatas (ILCs, na sigla em inglês) se desenvolvem em células maduras que desempenham um papel na doença inflamatória intestinal (DII).
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As descobertas podem abrir caminho para tratamentos mais eficazes contra a DII, uma doença que causa sofrimento considerável e que está ligada a um risco aumentado de cancro colorretal.
A DII caracteriza-se por uma inflamação crónica da mucosa intestinal que se pensa que aumente o risco de cancro do cólon. A doença surge frequentemente antes da meia-idade com sintomas tais como dor abdominal e perda de peso. A sua causa é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos, ambientais e imunológicos desempenhem um papel no seu desenvolvimento.
Segundo os investigadores, as ILC são linfócitos, uma família de células imunitárias, encontrados na mucosa onde fazem parte do sistema imunitário e mantêm a função dos tecidos. Investigações anteriores mostraram que as ILC mudam de função durante a inflamação, tornando-se um alvo promissor para o tratamento da DII.
Do estudo, publicado na revista científica Science Immunology, fizeram parte 48 pacientes, 31 dos quais tinham DII. Os especialistas isolaram as ILCs das amígdalas e do tecido intestinal de pacientes submetidos a cirurgia de ressecção ou exame endoscópico. As ILCs foram então examinadas em detalhe, tanto imediatamente após o isolamento, quanto após a cultura de células.
Os resultados mostraram que um subgrupo de ILCs constitui um pré-estágio de ILCs maduras e que se acumulam na mucosa intestinal de pacientes com DII. Fatores no ambiente intestinal podem então influenciar o metabolismo das ILCs imaturas, estimular o aumento da divisão celular e a produção de citocinas, incluindo a IL-22, que ajuda a proteger o tecido intestinal.
Os investigadores concluíram que a função das ILCs muda durante a inflamação e, portanto, as ILCs representam um alvo terapêutico promissor para condições como a DII. A compreensão de como essas células se desenvolvem a partir de células imaturas em células maduras no tecido ajuda a entender como influenciam a função do tecido ou a inflamação na mucosa e como podem ser manipuladas para fins terapêuticos.
O próximo projeto da equipa é estudar se a presença e as propriedades das ILCs intestinais imaturas podem prever respostas a medicamentos, particularmente aqueles que contêm as substâncias ativas ustekinumab, infliximab e tofacitinib, que são atualmente usadas para tratar a doença de Crohn e a colite ulcerativa, duas das DIIs mais comuns.
Estes estudos são importantes, pois a escolha certa do tratamento eficaz pode reduzir o sofrimento pessoal e os custos sociais, refere Jenny Mjösberg, autora sénior do estudo.