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Cancro do colo do útero: vacina revela resultados promissores

Uma vacina contra o cancro do colo do útero em estado avançado, desenvolvida por investigadores da Universidade de São Paulo (USP), no Brasil, revelou bons resultados em ensaios pré-clínicos, em animais.

Cancro do colo do útero: vacina revela resultados promissores

DOENÇAS E TRATAMENTOS

CANCRO DO COLO DO ÚTERO, DOENÇA DE EVOLUÇÃO SILENCIOSA


O estudo, publicado na revista científica International Journal of Biological Sciences, foi realizado em ratinhos e os testes revelaram que, quando associado à quimioterapia, a vacina induz uma resposta imune capaz de eliminar tumores em estágio avançado de desenvolvimento sem causar danos no fígado ou nos rins. Também não provocou perda de peso nos animais, pelo que se concluiu que a fórmula não apresentou toxicidade aos organismos.

A próxima fase da investigação inclui a realização da prova de conceito clínica em humanos, ou seja, validar os resultados observados na fase pré-clínica num pequeno grupo de mulheres voluntárias, que serão acompanhadas durante um período de seis meses a um ano.
Atualmente a prova está a ser realizada com pacientes diagnosticadas com neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de alto grau, um estágio anterior ao cancro do colo do útero, no Hospital das Clínicas da USP.

Bruna Porchia, primeira autora do estudo, revela que a publicação dos novos resultados deverá ser feita em meados de 2023 e, então, dar-se-à início a testes clínicos mais abrangentes para avaliar a segurança e a eficácia do imunizante.

A aplicação da vacina em humanos ocorre de forma indireta. Os cientistas irão recolher amostras de sangue de pessoas em risco de desenvolver a doença para isolar as células dendríticas (glóbulos brancos do sistema imunitário) e ativá-las com o imunizante em laboratório. Depois, as células voltam ao organismo para “ensinar” o sistema imunitário a combater os tumores.

Aplicado em duas doses, a vacina poderá tratar tumores em estágios iniciais, porque é nesse momento em que se consegue melhor resposta do organismo.
Além disso, com base nos testes já realizados, prevê-se que a tecnologia, considerada pioneira, não afete as células saudáveis do organismo, como acontece com a quimioterapia e a radioterapia.

Os cientistas estão confiantes que a vacina possa demonstrar a mesma eficácia também contra outras doenças, como o cancro da mama e da próstata, tuberculose, hepatite, Covid-19, zika e VIH.

Fonte: Tupam Editores

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