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Perturbações do neurodesenvolvimento são comuns em prematuros

Uma investigação realizada por cientistas da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, revelou que uma grande proporção dos bebés extremamente prematuros sofre de perturbações somáticas e do neurodesenvolvimento.

Perturbações do neurodesenvolvimento são comuns em prematuros

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BEBÉS PREMATUROS - A pressa de viver!


No estudo, publicado na revista científica Acta Paediatrica, foi realizada uma análise de dados de 383 bebés extremamente prematuros, ou seja, nascidos antes das 24 semanas, de 2007 a 2018. A maioria das crianças manifestava perturbações de desenvolvimento neurológico e/ou outros diagnósticos durante a infância.

Foi possível apurar que 75% dos bebés tinham perturbações do desenvolvimento neurológico, incluindo perturbações da fala, deficiências intelectuais, perturbações de hiperatividade e défice de atenção, perturbações do espetro do autismo, deficiências visuais, paralisia cerebral, epilepsia e deficiências auditivas.

Os dados revelaram que 45% dos meninos tinham uma deficiência intelectual e 25% tinham uma deficiência visual, enquanto nas meninas estas taxas corresponderam a 27% e 14%, respetivamente. 55% das crianças foram encaminhadas para serviços de reabilitação e 88% foram diagnosticadas com outras doenças, como a asma e restrição pós-natal sobre o crescimento.

Nos últimos 20 anos, a taxa de sobrevivência entre bebés prematuros extremos aumentou acentuadamente, principalmente naqueles nascidos na 22ª e 23ª semanas gestacionais. Assim, os cuidados de saúde hoje podem salvar a vida de crianças nascidas com mais de quatro meses de antecedência.
O aumento da sobrevivência resultou em mais conhecimento do desenvolvimento do cérebro entre essas crianças e em como a sua cognição, habilidades motoras, audição e visão são afetadas.

Segundo Ann Hellström, da Academia Sahlgrenska na Universidade de Gotemburgo, devido à melhoria dos cuidados médicos um número crescente de bebés extremamente prematuros sobrevive. Este estudo mostra que uma grande proporção de novos sobreviventes mais imaturos sofre de distúrbios somáticos e de desenvolvimento neurológico persistentes.

Já a líder da investigação, Eva Morsing, da Universidade de Lund, refere que a compreensão das consequências a longo prazo do nascimento prematuro ajudará os profissionais e os sistemas de saúde a otimizar os cuidados nestas crianças.

Fonte: Tupam Editores

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