CORAÇÃO

Coração: Ginkgo biloba reduz dano de isquemia

Investigadores do Instituto de Matéria Médica da China desvendaram como a bilobalida, o ingrediente bioativo do extrato de Gigko biloba (GBE), protege o coração de lesões isquémicas em doenças cardíacas.

Coração: Ginkgo biloba reduz dano de isquemia

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ATAQUE CARDÍACO - Prevenir para não sofrer


O funcionamento normal do corpo humano requer um fluxo constante de energia na forma de trifosfato de adenosina (ATP). Essa energia é produzida pela quebra de fontes de carbono como glicose, lípidos ou aminoácidos.

O ciclo do ácido tricarboxílico (TCA), um processo de produção de ATP nas mitocôndrias, é um importante centro de metabolitos e é conhecido por garantir um equilíbrio entre os seus intermediários cíclicos, conhecido como “fluxo metabólico”.
Acredita-se que esse fluxo seja prejudicado em distúrbios relacionados com o coração, como é o caso da isquemia miocárdica, uma condição na qual o fluxo sanguíneo para o coração é reduzido, impedindo que os músculos cardíacos, ou cardiomiócitos, recebam oxigénio suficiente.

Embora se saiba que a isquemia miocárdica é marcada pela diminuição da síntese de ATP e aumento da degradação da glicose, ou glicólise, é extremamente difícil manipular o complexo ciclo do TCA para desenvolver opções de tratamento.

O extrato de Ginkgo biloba L., que contém o componente ativo bilobalida, tem sido comumente utilizado como um fitoterápico popular no tratamento de doenças isquémicas do coração, no entanto, o seu mecanismo exato é desconhecido.
Agora, a equipa do professor Jinlan Zhang, do Instituto de Matéria Médica da China, conseguiu descobrir a ciência por trás dos efeitos cardioprotetores do GBE.

O estudo, publicado na revista científica Journal of Pharmaceutical Analysis, revelou que o mecanismo envolve o bloqueio da transferência de carbono da glicólise para o ciclo do TCA (ácido tricarboxílico) nos cardiomiócitos afetados pela isquemia miocárdica.

Os especialistas descobriram que os cardiomiócitos isquémicos continham maiores quantidades de enzimas que convertem fontes de carbono em metabolitos, tanto antes quanto durante o ciclo do TCA, o que pode ser a causa do acúmulo de metabolitos e da perturbação do fluxo metabólico, uma vez que eles não poderiam entrar no ciclo em excesso.

Curiosamente, ao tratar as células danificadas com GBE, descobriram que o ingrediente ativo bilobalida protege as mitocôndrias e preserva a geração de ATP. Os níveis de enzimas nas células tratadas diminuíram e impediram o acúmulo de metabolitos, aumentaram o fluxo metabólico e reduziram a pressão nas células cardíacas.
Esta modulação do fluxo metabólico em células tratadas com BGE é diferente dos mecanismos relatados anteriormente.

A eficácia da bilobalida já foi testada num modelo animal de isquemia miocárdica produzindo os mesmos resultados que nas experiências em laboratório.

O professor Jinlan Zhang refere que a isquémia miocárdica é um grande risco para a saúde humana em todo o mundo, assim, torna-se essencial elucidar a sua fisiopatologia e potenciais tratamentos terapêuticos.
Os resultados do tratamento com a bilobalida obtidos no estudo não só fornecem mais evidências da patologia metabólica da isquémia miocárdica, como fornecem inspiração para novas terapias à base de plantas.

Fonte: Tupam Editores

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