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Trabalho por turnos afeta negativamente processamento mental

Um estudo realizado por uma equipa de cientistas da Universidade Privada Sigmund Freud, em Linz, na Áustria, permitiu concluir que trabalhar por turnos pode reduzir a memória de trabalho e a velocidade de processamento mental.

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Estará ainda associado a níveis mais baixos de alerta e foco visual, assim como a declínio na capacidade de controlar impulsos e respostas a situações, o que pode aumentar o risco de acidentes e erros no local de trabalho.

Segundo os cientistas, trabalhar por turnos pode causar problemas de saúde devido à dessincronização do ritmo circadiano, e tem sido associado a perturbações do sono, doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, perturbações do humor e uso de substâncias.

Trabalhar fora do ciclo normal de dia e noite interfere no relógio interno do corpo, ou ritmo circadiano, resultando em pessoas afetadas que dormem “fora de sintonia” com o ciclo normal de luz e escuridão.
A interferência no ritmo circadiano afeta a produção de hormonas, como o cortisol e a melatonina, o que interfere na resposta ao stress e na saúde mental e física.

O estudo, publicado na revista científica Occupational and Environmental Medicine, tinha como objetivo analisar o impacto destes horários na função cognitiva dos trabalhadores. Para tal foram analisados dados de 18 estudos, publicados entre 2005 e 2020, que incluíam informações sobre 18.802 adultos com uma idade média de 35 anos.

Cinco dos estudos compararam trabalhadores em turnos fixos com os que trabalhavam em horário normal, enquanto onze compararam trabalhadores em turnos rotativos com os que trabalham em horário normal. Dois estudos não especificavam o tipo de turnos.
Metade dos estudos incluía profissionais de saúde, enquanto a outra metade se concentrava noutro tipo de profissões, como policias.

Thomas Vlasak, co-autor do estudo, refere que ficou evidente que trabalhar por turnos estava associado a níveis mais baixos de alerta e foco visual, e a capacidade de controlar impulsos e resposta situacional, aumentando potencialmente o risco de lesões e erros no local de trabalho, o que poderia levar a possíveis implicações para a saúde e segurança ocupacional, especialmente nas profissões de alto risco e sensíveis à segurança.
Trabalhar por turnos reduzia também a memória de trabalho e afetava negativamente a velocidade de processamento.

Com base nos resultados, os cientistas concluem que as empresas que contratam funcionários para trabalhar por turnos devem implementar estratégias de proteção, como sestas programadas, planos de recuperação e monitorização regular dos funcionários de maneira a minimizar possíveis efeitos nefastos na sua saúde e evitar acidentes de trabalho.

Fonte: Tupam Editores

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