Luz durante o sono piora níveis de açúcar no sangue
Manter a TV ou a luz de cabeceira acesa durante a noite pode não perturbar o sono, no entanto, pode ser o suficiente para atrapalhar a maneira como o organismo normalmente mantém o açúcar no sangue dentro de um limite saudável.
Dormir é uma necessidade fisiológica indispensável e pode funcionar como um excelente tratamento de beleza e de saúde. Mas dormir o “sono dos justos” parece ser o privilégio só de alguns.
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Estudos anteriores já haviam revelado que as pessoas que dormem com a luz acesa ou a TV ligada no seu quarto têm maior propensão para estar acima do peso ou para sofrer de diabetes tipo 2, contudo, não conseguiam provar de maneira definitiva se era mesmo a luz que piorava a sua saúde.
Agora, o estudo levado a cabo pela professora Phyllis Zee, diretora do Centro de Medicina Circadiana e do Sono da Universidade de Northwestern, nos EUA, não dá apenas suporte à ideia de que a conexão é casual, como ainda revela pistas sobre o possível mecanismo entre a luz noturna e o nível de açúcar no sangue.
No estudo participaram 20 voluntários saudáveis que passaram duas noites no laboratório de sono. Na primeira noite todos os participantes dormiram num quarto totalmente escuro. Na segunda noite, metade dormiu com um nível de iluminação de 100 lux, equivalente a manter uma TV ou uma luz de cabeceira acesa ou ter uma luz de rua a brilhar através de cortinas finas.
Nas duas manhãs os cientistas mediram o açúcar no sangue de todos os participantes usando dois testes comuns envolvendo insulina, a principal hormona envolvida na regulação dos níveis de glicose. Uma medida combinava os níveis de glicose e insulina depois de acordar, e a outra envolvia dar aos participantes uma dose de glicose e medir a sua resposta à insulina.
Os cientistas verificaram que os participantes que dormiram no quarto mal iluminado na segunda noite exibiam um controle de açúcar no sangue ligeiramente pior do que na primeira noite, quando o quarto estava quase escuro. Os participantes pensaram que dormiram bem, no entanto, o seu cérebro “sabia” que as luzes estavam acesas. Já os participantes que passaram duas noites sob condições escuras manifestaram pouca diferença no controlo de açúcar no sangue.
Com base no estudo, o conselho da professora Zee é que as pessoas devem fechar as persianas e cortinas, apagar todas as luzes e considerar o uso de uma máscara para dormir. Aliás, as luzes devem começar a ser diminuídas cerca de uma a duas horas antes de as pessoas se deitarem.
Deve estar-se atento à presença de luzes de espetro azul, como as emitidas por dispositivos eletrónicos como as televisores, telemóveis, tablets e computadores. A luz azul é o tipo de luz mais estimulante. Se tiver de ter uma luz acesa por questões de segurança, deve mudar a sua cor optando por luzes com tons mais avermelhados e acastanhados.
