PSICOLOGIA

Solidão e ansiedade social têm bases neurais diferentes

Apesar de apresentarem sintomas semelhantes, a solidão e a ansiedade social são impulsionadas por diferentes estados cerebrais – foi a conclusão de um estudo realizado por Jana Lieberz e pelos seus colegas do Hospital Universitário de Bonn, na Alemanha.

Solidão e ansiedade social têm bases neurais diferentes

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A perturbação de ansiedade social, também designada por fobia social, diz respeito a um quadro clínico marcado pelo medo ou ansiedade intensa perante uma ou mais situações sociais onde a pessoa está exposta ao possível escrutínio dos outros, isto é, a uma possível análise, avaliação ou observação de terceiros.

Já a solidão é um sentimento subjetivo e relaciona-se com ausência de contacto, de sentimento de pertença ou com a sensação de se estar isolado. Apesar de poder ter consequências prejudiciais para a saúde física e mental, existem atualmente poucas intervenções comportamentais para lidar com ela, como existem para outras condições.

Para tentar mudar isso, Jana Lieberz estudou as bases das duas condições comparando de que forma as pessoas com ansiedade social e solidão fraca ou intensa se comportavam numa tarefa de jogo social.
Os participantes jogaram um jogo de computador onde podiam fazer uma aposta segura e ganhar uma quantia menor de dinheiro ou fazer uma aposta mais arriscada por uma quantia maior. Se fizessem a aposta mais arriscada, assistiam a um vídeo de um humano virtual mostrando aprovação ou desaprovação, aleatoriamente.

Foi possível verificar que as pessoas com ansiedade social faziam a aposta segura com maior frequência para evitar o feedback social dos vídeos, mas as pessoas com solidão, mesmo intensa, não demonstraram essa evasão social.

Ao medirem a atividade cerebral dos participantes durante a tarefa com imagens por ressonância magnética funcional (fMRI), os investigadores constataram que as pessoas com ansiedade social exibiam maior ativação da amígdala durante a fase de decisão – um sinal de ansiedade aumentada – e ativação reduzida do núcleo accumbens durante a fase de feedback – um sinal de redução de recompensa social.
Nenhum padrão de atividade apareceu em pessoas com alta solidão, o que indica que a solidão é uma condição única que requer as suas próprias intervenções.

Segundo Lieberz estas descobertas sugerem que, ao contrário da fobia social, a solidão não está associada ao afastamento das interações sociais. Logo, as intervenções estabelecidas para a fobia social deverão ser ajustadas ao visar a solidão.

Fonte: Tupam Editores

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