Intestino saudável favorece tratamento contra cancro
Um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Medicine descobriu uma ligação entre a qualidade do microbioma intestinal e a resposta à imunoterapia contra o melanoma – um tipo de cancro de pele muito agressivo –, o que leva a crer que ter um intestino saudável pode ser um dos fatores mais importantes para o sucesso dos tratamentos.

BELEZA E BEM-ESTAR
MICROBIOTA INTESTINAL - Fundamental para a boa saúde do organismo
A microbiota é o conjunto de microrganismos que convivem simbioticamente com o nosso corpo, excedendo o número de células do nosso próprio organismo na proporção de dez para um. LER MAIS
O microbioma, o conjunto de microrganismos que vivem nos intestinos, pode ser alterado por meio de mudanças na dieta, probióticos da próxima geração e transplante fecal. Esta mudança, por sua vez, altera a ação do microbioma no sistema imunológico.
Compreender as características do microbioma pode permitir que os médicos alterem o microbioma de um paciente antes de iniciar um tratamento. É importante referir que menos de 50% dos pacientes respondem positivamente à imunoterapia para o melanoma, portanto, é crucial descobrir estratégias que aumentem o número de respondedores positivos.
O estudo reuniu a maior coorte de pacientes com melanoma e amostras do seu microbioma intestinal de cinco centros clínicos no Reino Unido, Holanda e Espanha.
Os cientistas constataram que a presença de três tipos de bactérias – Bifidobacterium pseudocatenulatum, Roseburia spp. e Akkermansia muciniphila – parece estar associada a uma melhor resposta imunitária. Uma descoberta adicional foi que o próprio microbioma é fortemente influenciado por fatores como a constituição do paciente, o uso de inibidores da bomba de protões e a dieta, que devem ser considerados em futuros estudos longitudinais.
Segundo o co-autor do estudo, Nicola Segata, da Universidade de Trento, este estudo revela que estudar o microbioma é importante para melhorar e personalizar os tratamentos de imunoterpia para o melanoma.
Sugere ainda que, devido à variabilidade do microbioma intestinal de pessoa para pessoa, devem ser realizados estudos maiores de forma a entender as características microbianas intestinais específicas que têm maior probabilidade de levar a uma resposta positiva à imunoterapia.