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Condições crónicas na meia-idade associadas a demência

Uma equipa de cientistas do Reino Unido constatou que ter duas ou mais doenças crónicas (multimorbilidade) na meia-idade está associado a um risco acrescido de demência mais tarde na vida.

Condições crónicas na meia-idade associadas a demência

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DEMÊNCIA


A multimorbidade é cada vez mais comum e não se limita às idades mais avançadas. Nesta investigação definiu-se multimorbilidade como a presença de pelo menos duas condições crónicas de uma lista de 13 doenças, incluindo hipertensão, diabetes, doença coronária, depressão e outros transtornos mentais, cancro, doença renal crónica, artrite reumatoide e doença pulmonar crónica.

Os cientistas examinaram a associação a longo prazo entre a multimorbilidade aos 55, 60, 65 e 70 anos de idade e a demência subsequente. Recolheram dados de 10.095 participantes para analisarem a associação de factores sociais, comportamentais e biológicos sobre a saúde a longo prazo.

Foi possível verificar que de entre os participantes 6,6% tinham multimorbilidade aos 55 anos de idade e 32% aos 70 anos. Durante um período médio de seguimento de 32 anos foram identificados 639 casos de demência.

A multimorbilidade aos 55 anos foi associada a um risco 2,4 vezes maior de demência em comparação com pessoas sem qualquer uma das 13 condições crónicas. Já as pessoas com três ou mais condições crónicas aos 55 anos tinham um risco quase cinco vezes maior de desenvolverem demência, mas o risco era 1,7 vezes maior quando o início da multimorbilidade acontecia aos 70 anos.

Os cientistas reconheceram que o estudo, publicado na revista The BMJ, teve algumas limitações. Todos os participantes estavam empregados quando se juntaram à coorte e podem ter sido mais saudáveis do que a população em geral. Além disso, o estudo não avaliou a gravidade das condições crónicas individuais ou o papel desempenhado pelas interações medicamentosas.

Para Archana Singh-Manoux, co-autora do estudo, a saúde do cérebro provavelmente será um processo ao longo da vida e a falta de soluções curativas para a demência só vem dar mais destaque à importância da prevenção, começando cedo na meia-idade. Aqueles que já sofrem de uma condição crónica, devem trata-la para que uma segunda condição crónica não se instale.

Embora estejam confiantes de que esta descoberta vai ajudar na compreensão da demência, os cientistas referem a necessidade de mais estudos para confirmar os dados apurados.

Fonte: Tupam Editores

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