MEDICAMENTO

Opioides podem aumentar risco de anomalias congénitas nos bebés

As malformações congénitas estão entre os problemas médicos de prevenção e cura mais difíceis. Trata-se de uma complicação que ocorre durante o desenvolvimento do bebé no útero, gerando anomalias funcionais ou estruturais no recém-nascido. São decorrentes de uma série de causas, que variam desde herança genética e doenças preexistentes ou contraídas pela mãe nos primeiros meses de gravidez, até à exposição a substâncias químicas – entre elas está o consumo de analgésicos opioides.

Opioides podem aumentar risco de anomalias congénitas nos bebés

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Uma investigação realizada no Canada permitiu verificar a existência de um pequeno aumento do risco de anomalias congénitas em bebés expostos a medicamentos opiáceos durante o primeiro trimestre de gravidez.

Durante o estudo, publicado na revista Canadian Medical Association Journal, os cientistas analisaram dados de 600.000 pares de mães e filhos para determinar a associação entre a toma de opioides para a dor no início da gravidez e anomalias congénitas em bebés, pois sabe-se que os medicamentos opioides podem atravessar a placenta e causar danos.

Verificaram então que 2% dos bebés foram expostos a analgésicos opioides (codeína, oxicodona, hidromorfona, tramadol e morfina) in útero. De entre estas substâncias, descobriram que existia um risco aumentado, embora baixo, de anomalias maiores com a exposição ao tramadol e à morfina, e anomalias menores na exposição à codeína, ao hidromorfona e à oxicodona.
As anomalias congénitas observadas incluíram anomalias gastrointestinais e genitais, neoplasias e tumores, e anquiloglossia.

Segundo Susan Brogly, co-autora do estudo, estes dados ajudaram a quantificar mais os danos associados à exposição pré-natal aos analgésicos opiáceos e podem ajudar os médicos nas escolhas de tratamento da dor durante a gravidez.

É importante referir que a dose, período de gestação, tempo de uso e interação com as substâncias mencionadas são alguns dos fatores que podem desencadear danos à saúde do bebé. As malformações atingem, todos os anos, mais de dez mil crianças, sendo que a maioria delas morrem no primeiro ano de vida e as restantes são submetidas a cirurgias ou tratamentos vitalícios. Por isso, aqui fica o alerta para as grávidas que devem redobrar a atenção durante este período.

Fonte: Tupam Editores

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