Publicada na revista científica The British Medical Journal, a investigação analisou os efeitos da cetamina durante um período de seis semanas entre 156 doentes internados voluntariamente com ideação suicida severa.

Após serem sujeitos a uma avaliação clínica os doentes foram divididos em três grupos de diagnóstico, os com doença bipolar, com doença depressiva, ou outras perturbações psiquiátricas.
Foram aleatoriamente distribuídos para receberem duas infusões intravenosas de 40 minutos de cetamina ou um placebo durante 24 horas, para além do tratamento habitual.

Ao 3º dia os cientistas avaliaram a taxa de doentes em remissão. Constataram então que 63% dos doentes do grupo cetamina atingiram a remissão total ao 3º dia, em comparação com 32% do grupo placebo.
Todos os efeitos secundários foram classificados como menores e reduzidos significativamente entre a primeira avaliação e o 4º dia.

Verificou-se que o efeito da cetamina foi maior em doentes com doença bipolar, no entanto, não se observaram benefícios significativos nos doentes com depressões graves ou outras doenças mentais.
Além disso, a cetamina parecia aliviar a dor psicológica, sendo que este efeito analgésico poderia explicar os benefícios na redução da ideação suicida. Já nas semanas 4 e 6 a cetamina não foi eficaz.

Segundo os investigadores, ainda que tenha ficado provado que a cetamina é rápida, segura e eficaz no tratamento de doentes suicidas hospitalizados a curto prazo, são necessários mais estudos para confirmar a eficácia do tratamento num grupo maior de indivíduos.