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Antidepressivos e saúde mental em pandemia

A depressão é uma das doenças psiquiátricas mais comuns e um dos principais problemas de saúde no mundo desenvolvido, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Antidepressivos e saúde mental em pandemia

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Esta patologia, que se agravou significativamente com o evento da pandemia por COVID-19, está associada a episódios de grande duração, altas taxas de cronicidade, recaídas e elevada morbilidade, em que os pacientes com formas mais graves apresentam um risco elevado de morte por suicídio. Pela sua frequência, repercussão física, psicológica, social, laboral e económica, a patologia constitui por isso um importante problema de saúde.

Dada a natureza da doença, que em alguns casos pode passar despercebida por causar sintomas que podem ser atribuídos a outras doenças, não existem dados concretos em Portugal, mas as estimativas apontam para valores entre 2 a 3% para os homens e de 5 a 7% para as mulheres nas formas mais graves de depressão e valores superiores a 20% para as formas ligeiras da doença.

A COVID-19 tem exigido a todos nós alterações profundas no modo de vida, com impacto na saúde mental e bem-estar, com particular destaque para todos os profissionais que estão na primeira linha de combate à pandemia.

Uma avaliação ao impacto da pandemia por COVID-19[ na saúde mental e bem-estar da população em geral, levada a cabo em 2021 pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), tendo em conta dimensões como ansiedade, depressão e stresse pós-traumático, burnout e resiliência, entre outras, revelou que são sobretudo os jovens adultos e as mulheres os mais afetados por sintomas de ansiedade e de depressão moderada a grave.

Porém entre os profissionais de saúde, são sobretudo os que estão a tratar doentes com COVID-19, que apresentam ansiedade moderada a grave (42%), sendo que é ainda neste grupo que os níveis exaustão física e emocional (burnout) são mais elevados (43%). Percentagens similares podem ser encontradas entre os profissionais em lares de idosos (43%), no atendimento ao público (38%), e operários fabris (36%).

Face ao evoluir da pandemia, não é de estranhar que no ano passado se tenham vendido, em média, cerca de 28 mil embalagens de fármacos antidepressivos por dia, segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

Só nos primeiros nove meses de 2021, a população portuguesa comprou mais de 15,7 milhões de embalagens de ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos, representando um significativo acréscimo 46 milhões de euros nos encargos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Comparando com os dados anteriores à eclosão da pandemia em 2019, verifica-se que a média de consumo diário de embalagens de antidepressivos se manteve sempre a crescer, desde 25 mil em 2019 até ultrapassar 28 539 em 2021.

De referir que os dados agora divulgados se referem exclusivamente aos fármacos sujeitos a receita médica prescritos no âmbito do Serviço Nacional da Saúde e dispensados nas farmácias comunitárias em Portugal continental.

Fonte: Tupam Editores

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