Boa saúde cardíaca pode favorecer saúde do cérebro
A prática de um estilo de vida saudável para o coração pode favorecer a boa saúde do cérebro.
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A promoção da saúde tem como base a aceitação de que os comportamentos em que nos envolvemos e as circunstâncias em que vivemos têm influência na nossa saúde. LER MAIS
Os mesmos fatores de risco que contribuem para que as doenças cardíacas se tenham tornado na principal causa de morte em todo o mundo, afetam igualmente a crescente prevalência global de doenças cerebrais, incluindo Acidente Vascular Cerebral (AVC), doença de Alzheimer e Demência, de acordo com a atualização de 2022 das estatísticas de doenças cardíacas e derrames da American Heart Association (AHA), agora publicada na revista Circulation, o principal periódico da Associação.
Segundo os especialistas, o documento revela que a manutenção de um peso saudável, o controle da pressão arterial e a prática de outros comportamentos de estilo de vida saudável para o coração, podem também contribuir para uma boa saúde do cérebro.
A saúde cerebral ideal inclui a capacidade funcional de realizar a globalidade das várias tarefas pelas quais o cérebro é responsável, incluindo movimento, perceção, aprendizagem e memória, comunicação, resolução de problemas, julgamento, tomada de decisão e emoções.
O declínio cognitivo e a demência são frequentemente observados após um AVC e doença cerebrovascular e indicam um declínio na saúde do cérebro. Em contrapartida, estudos mostram que a manutenção de uma boa saúde vascular está associada ao envelhecimento saudável e à manutenção da função cognitiva.
De acordo com os autores do estudo, a taxa global de mortalidade por doença de Alzheimer e outras demências mais que duplicou na última década, em comparação com a taxa de mortalidade por doenças cardíacas, por exemplo. Adiantam ainda, que há muitos estudos que provam que os mesmos comportamentos de estilo de vida saudável que podem ajudar a melhorar a saúde cardíaca, são igualmente eficazes em preservar e até mesmo melhorar a saúde cerebral de uma pessoa.
Por outras palavras, tem-se tornado cada vez mais evidente que a redução dos fatores de risco de doenças vasculares pode fazer uma diferença real e ajudar as pessoas a viverem uma vida mais longa e saudável, livres de doenças cardíacas e cerebrais entre outras.
Entre os principais fatores de risco das doenças cardiovasculares, destacam-se os maus hábitos de vida como sedentarismo, tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas, consumo excessivo de sal, além da exposição a fatores de risco como a diabetes, obesidade e colesterol elevado.
As doenças cardiovasculares e outras enfermidades cognitivas como Alzheimer e demência constituem uma enorme carga emocional e económica em todo o mundo. Segundo dados estatísticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que as doenças cardiovasculares provoquem mais de 17,9 milhões de fatalidades por ano e custos superiores a 503 milhões de euros, enquanto a doença de Alzheimer - sétima causa de morte global -, e outras doenças mentais, atingem mais de 10 milhões de novos casos por ano, com custos estimados a ultrapassar 1,8 mil milhões de euros até 2030.
Para os especialistas, os avanços na ciência de investigação cerebral, através de pesquisas inovadoras, irá ajudar os cientistas a lançar uma nova luz sobre as causas e fatores de risco para o comprometimento cognitivo e demência, em particular no que se refere à saúde cardíaca e vascular.
Com esta descoberta é dado mais um importante passo na busca por um melhor entendimento acerca do envelhecimento do nosso cérebro e de como a saúde vascular afeta a saúde cerebral e o consequente bem-estar geral.
Juntamente com novas informações sobre a saúde do cérebro, a Atualização Estatística de 2022 da AHA fornece os dados mais recentes disponíveis sobre os principais fatores relacionados a doenças cardíacas e derrames.