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Fumadores passivos têm risco acrescido de problemas respiratórios

Disfarçados por uma infinidade de sabores e aromas, os cigarros eletrónicos dão, à primeira vista, a ideia de serem uma boa alternativa por parecerem, acima de tudo, inofensivos à saúde. Entre os mais jovens, os vaporizadores, como também são chamados, ganharam rapidamente espaço.

Fumadores passivos têm risco acrescido de problemas respiratórios

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Por ser mais prático, ter uma aparência mais tecnológica e atrativa e não causar o incómodo do cigarro tradicional – sobretudo pela diferença de odor –, os eletrónicos passaram a ser socialmente aceitáveis em diversos ambientes, principalmente em festas e eventos. Tudo isso é motivo para fazer com que os utilizadores nem se considerem fumadores, intensificando ainda mais o uso. Mas as coisas não são assim tão simples, nem para os próprios fumadores nem para os fumadores passivos.

Um estudo realizado por cientistas dos EUA permitiu constatar que a exposição passiva ao vapor de nicotina dos cigarros eletrónicos está ligada a um risco mais elevado de sintomas brônquicos e falta de ar entre os jovens adultos.

O estudo teve como base dados de 2090 indivíduos com idade média de 17 anos, sobre a sua saúde respiratória, sobre fumadores de nicotina ativos e passivos e a exposição ao fumo do tabaco e canábis no agregado familiar.

Os cientistas consideraram os participantes como tendo sintomas respiratórios se tivessem bronquite nos 12 meses anteriores; tosse diária de manhã durante 3 meses consecutivos; tosse diária noutras alturas do dia durante 3 meses seguidos; congestão que não fosse sintoma de frio; pieira durante os 12 meses anteriores, e falta de ar.
Verificaram, então, que a prevalência de pieira e sintomas respiratórios autorrelatados aumentou de 12% para 15% e de 19,5% para 26%, respetivamente. A prevalência de falta de ar não mostrou nenhuma tendência clara ao longo do tempo, variando de 16,5% a 18%.

O estudo revelou que os fumadores passivos de cigarros eletrónicos tinham maior propensão para ter sintomas respiratórios e falta de ar. Depois de se adaptarem ao tabagismo passivo e à exposição à canábis ou tabagismo, os fumadores passivos tinham 40% mais probabilidades de relatar sintomas respiratórios e 53% mais probabilidades de relatar falta de ar.

Os cientistas referem que, embora a exposição passiva a partículas de cigarros eletrónicos seja inferior à dos cigarros convencionais, os níveis de partículas ultrafinas no aerossol dos cigarros eletrónicos podem ser mais elevados.

Nunca é demais relembrar que os líquidos para cigarros eletrónicos contêm diversas substâncias, habitualmente propilenoglicol, glicerina vegetal, aromatizantes e nicotina em diferentes concentrações.

O aquecimento deste líquido origina a produção de um aerossol, que é inalado e expirado pelos utilizadores. Este aerossol pode conter substâncias nocivas e potencialmente nocivas, incluindo: nicotina; micropartículas que se podem depositar profundamente nos pulmões; aromatizantes, alguns dos quais associados a lesões ou doenças pulmonares; compostos orgânicos voláteis; substâncias cancerígenas, como o acetaldeído ou o formaldeído, e metais pesados.

Importa referir ainda que a presença destas substâncias e a sua concentração no aerossol que é inalado depende da composição dos líquidos e das reações químicas produzidas pelo seu aquecimento.

Fonte: Tupam Editores

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