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Spray nasal de rifampicina e resveratrol pode curar demência

Demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças nas quais existe deterioração do desempenho cognitivo e comportamental, condicionando a autonomia dos pacientes. Existem diversas demências e são raras as que se podem tratar ou prevenir eficazmente.

Spray nasal de rifampicina e resveratrol pode curar demência

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DEMÊNCIA


O número de pacientes com demência tem vindo a aumentar em todo o mundo, prevendo-se uma duplicação dos pacientes a cada 20 anos, e ainda não existe um tratamento eficaz para a doença.
Segundo o Dr. Tomohiro Umeda, os estudos mais recentes revelam que as anormalidades começam a surgir no cérebro dos pacientes mais de 20 anos antes do início da doença.

Ao investigar novos propósitos para medicamentos existentes – um processo denominado reposicionamento de fármacos – a equipa de investigação espera diagnosticar e prevenir a demência antes que os neurónios comecem a morrer.

Embora a causalidade da doença esteja a ser questionada, a demência parece estar associada ao acúmulo de proteínas denominadas amiloide-beta, tau e alfa-sinucleína no cérebro, que acabam por formar oligómeros, mais conhecidos por “placas”.

Num estudo realizado anteriormente em animais de laboratório, o antibiótico rifampicina havia conseguido remover os oligómeros do cérebro e melhorar a função cognitiva, no entanto, o medicamento também originou alguns efeitos colaterais, como danos no fígado.

Por essa razão, a equipa de investigação do professor Takami Tomiyama, da Universidade de Osaka, no Japão, voltou a sua atenção para o resveratrol, um antioxidante que ocorre naturalmente nas plantas e que já é usado como suplemento alimentar em quase todo o mundo, com conhecidos efeitos hepatoprotetores. De forma a combater os efeitos colaterais negativos da rifampicina para o fígado, os cientistas pensaram numa combinação deste medicamento com o resveratrol.

Os cientistas administraram, então, uma combinação de dose fixa de rifampicina e resveratrol por via intranasal, cinco dias por semana, durante quatro semanas, em modelos de ratinhos com doença de Alzheimer, demência frontotemporal e demência de corpos de Lewy, tendo posteriormente observado as funções cognitivas e a patologia cerebral dos animais.

Os resultados da investigação, publicada na revista científica Frontiers in Neuroscience, revelaram que esta combinação melhorou significativamente a função cognitiva dos ratinhos, inibiu o acúmulo de oligómeros e restaurou os níveis de sinaptofisina – proteínas pré-sinápticas que facilitam as sinapses.

Os níveis sanguíneos das enzimas hepáticas, um marcador de lesão hepática que normalmente aumenta com a rifampicina, também permaneceram normais na combinação da dose fixa.
Além disso, foram observados níveis aumentados de expressão do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) no hipocampo, o que não aconteceu apenas com a rifampicina.

Os resultados da investigação indicam que esta combinação de dose fixa de medicamentos é superior à rifampicina sozinha tanto a nível de eficácia como de segurança, e que agora poderá ser testada em humanos.

Fonte: Tupam editores

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