PANDEMIA

Sintomas da Covid-19 de que ninguém fala

Decorridos mais de dois anos após ter sido conhecido o primeiro caso da doença por Covid-19 em Whuan, na China, todos nós deveríamos conhecer suficientemente bem os seus sinais mais comuns, como tosse, febre, fadiga, dores corporais e dificuldade respiratória, entre outras.

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No entanto, além dos problemas típicos largamente difundidos, algumas pessoas sofrem de efeitos incomuns do vírus, que permanecem desconhecidos, o que motiva alguns pesquisadores a tentar desvendar a razão por que esses sintomas atingem algumas pessoas e não outras.

Um grupo de médicos de várias instituições desde centros de investigação e universidades a hospitais e clínicas, abrangendo diversas especialidades, vêm a público dar o seu testemunho observacional no último número da revista EatThis,NotThat! sobre sintomas incomuns observados no decurso da sua atividade, durante o período da pandemia por Covid-19.

– No seu testemunho, Ali Jamehdor, diretor médico de emergência do St. Mary's Medical Center, San Francisco, EUA, indica que apesar da maioria dos clínicos conhecer os sinais e sintomas comuns que acompanham as infeções por SARS-CoV-2, nenhuma explicação médica ainda foi dada para a perda de olfato, nem encontrado nenhum medicamento para combater a patologia.

Refere ainda que além disso, outros sintomas geralmente não associados a uma infeção viral do tracto respiratório superior têm vindo a ser observados, sendo mais comuns durante as infeções pelo vírus original e não tanto pelas variantes Delta e Ómicron que se tornou dominante.

Embora seja comum alguma perda de olfato ou paladar durante uma gripe ou constipação, os sintomas desaparecem com a doença, mas o mesmo não se passa nos pacientes que foram atingidos pelo vírus original da Covid-19, que permanecem em pacientes que não tendo qualquer outra queixa, continuam sem paladar e perda de olfato durante dias, meses e até mais de um ano, em alguns casos.

– Hirt Michael, um outro especialista de medicina interna e Integrativa, da Universidade de Harvard e do Centro de Tratamento Artana, na Califórnia, vem dizer que “sem outros sintomas clássicos de Covid-19 ocorrendo simultaneamente, a maioria das pessoas que tem diarreia por Covid tende a pensar que está com um caso leve de intoxicação alimentar ou comeu algo errado”. Todavia, o derramamento viral nas fezes é tão comum que levou as autoridades de saúde a recolherem amostras de águas residuais das comunidades para rastrear os níveis do vírus em cidades, bairros e instalações de ensino, recorda.

– Um outro testemunho de Teresa Bartlett, diretora médica sénior da Universidade de Sedgwick, Califórnia, diz que as erupções cutâneas no corpo, cabeça e dedos dos pés semelhantes a hematomas, são realmente um sintoma estranho que está a ser observado em alguns casos. Além disso, refere também que se tem observado na variante Ómicron, uma dor de garganta muito forte que não se revelava nas variantes anteriores, a par de nariz entupido, dores de cabeça, tonturas, tosse, febre e fadiga severa.

– A nível auditivo, o fonoaudiologista e especialista em aparelhos auditivos, Hadassah Kupfer, New York, vem relatar a ocorrência ocasional de zumbido nos ouvidos, em vários casos observados durante a prática de audiologia na sua clínica, seja após a infeção por Covid-19 ou mesmo após a vacinação e reforços, revelando que o zumbido é geralmente um sinal de dano no ouvido interno, que acaba por se transformar em audição perceptível.

Embora ainda não esteja estabelecida uma ligação entre a Covid-19 e o zumbido, uma possibilidade é atribuída à tempestade de citocinas que ocorre em pacientes com Covid-19, que pode atacar a cóclea no ouvido interno. A confirmar-se essa possibilidade, então os pacientes com diabetes, problemas cardíacos ou diagnóstico prévio de perda auditiva ficarão mais vulneráveis e poderão acelerar o processo patológico.

– De acordo com o médico-dentista Mansi Oza, de Maryland, o vírus Covid-19 liga-se às células no interior da boca, que ao engolir entra na corrente sanguínea, disseminando-se pelos alvéolos dos pulmões, intestinos e outros órgãos, podendo originar sintomas como perda de sabor, secura grave da boca, revestimento branco na língua provocado pelo crescimento oportunista de fungos e bactérias, alterações da cor e textura da língua, passando por vermelho a roxo, devido à falta de oxigénio e variando em função da gravidade da doença.

Os sintomas ocorrem apenas em algumas pessoas, dependendo do seu estado imunitário e da resposta que o corpo dá à invasão pelo vírus, afirma Bartlett, podendo também depender da variante a que a pessoa foi exposta, do estado geral de saúde e do programa regular de exercício seguido.

Teresa Bartlett acrescenta ainda que "os sintomas variam muito, bem como a forma como o vírus é contraído”, afirmando já ter testemunhado casos em que duas pessoas viajando juntas no mesmo carro durante horas, sem máscaras, uma delas surgiu infetada com o vírus no dia seguinte e a outra não, mostrando que o vírus pode ser disseminado, sem o saber, por portadores assintomáticos.

– Na verdade, as pessoas que evidenciem sintomas anormais não devem preocupar-se para além do razoável, pois os cientistas em todo o mundo mantêm o seu foco na investigação e divulgação de resultados de todos os sintomas que vão sendo recolhidos. Se alguma dúvida persistir, deverá conversar com o seu médico.

– A melhor forma de se manter protegido da Covid-19 é seguir rigorosamente as instruções divulgadas pelas Autoridades da Saúde, ajudando a acabar com esta pandemia, vacinando-se e fortalecendo-se o mais rápido possível. Evite viajar, pratique o distanciamento social, evite as multidões, não entre em ambiente fechados particularmente em áreas de lazer, bares e restaurantes, pratique boa higienização das mãos e cuide-se, cuidando dos outros!

Fonte: Tupam Editores

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