ALIMENTAÇÃO

Chá verde, Novas teorias

Desde há muito que se diz que o chá verde traz benefícios à saúde e promove a longevidade, devido à presença de grande quantidade de compostos antioxidantes como polifenois e catequinas.

Chá verde, Novas teorias

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CHÁ - Um prazer a qualquer hora!


Ensaios clínicos e estudos epidemiológicos revelaram benefícios associados ao consumo de chá verde, em que se inclui uma redução significativa na pressão arterial sistólica e glicemia de jejum, bem como perda de peso em pacientes com diabetes tipo 2 e mulheres com obesidade central, um dos maiores fatores de risco para doença cardiovascular.

No entanto, a evolução dos estudos sobre a ciência dos antioxidantes, não tem sido devidamente acompanhada, quer pela imprensa especializada quer pelo público em geral. Em artigo, recentemente publicado na revista científica Aging, um grupo de investigadores de vários países europeus e chineses, vêm a público dizer que o chá verde faz bem à saúde devido ao seu efeito oxidante e não pela ação antioxidante como até agora se julgava, criando assim uma nova teoria sobre os antioxidantes e radicais livres.

Hoje, estes cientistas acreditam que as substâncias contidas no chá verde (catequinas e epigalocatequinas), que pertencem ao grupo dos polifenois, neutralizam os radicais livres de oxigénio evitando assim danos nas células ou no ADN.

Os pesquisadores comprovaram que esses polifenois do chá verde aumentam o stresse oxidativo a curto prazo, o que tem como efeito subsequente aumentar as capacidades defensivas das células e do organismo em geral. Como resultado, as cobaias usadas na pesquisa, alimentadas com as catequinas do chá verde, tiveram uma vida mais longa além de terem melhorado o desempenho físico.

Dessa observação resulta que os polifenois do chá verde, ou catequinas, não são na verdade antioxidantes, mas sim pró-oxidantes que melhoram a capacidade de defesa do organismo, de forma semelhante a uma vacinação, segundo o professor Michael Ristow, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH), Suíça, um dos investigadores envolvidos na pesquisa.

Porém, ao contrário do que ocorre com as vacinas, esse aumento da capacidade defensiva manifesta-se através da ativação dos genes que produzem certas enzimas endógenas que inativam os radicais livres e não através do sistema imunológico como ocorre com as vacinas.

O professor Ristow, afirma não ter sido surpreendido ao verificar este tipo de mecanismo em funcionamento, dado que já em 2009 o seu grupo de pesquisa havia descoberto que a razão pela qual o desporto promove a saúde é porque nessa atividade aumenta o stresse oxidativo no curto prazo, melhorando assim as defesas do organismo, efeito que também pode ser obtido reduzindo o consumo de calorias.

É importante entender que não é pelo facto de os compostos do chá verde serem oxidantes e não oxidantes que se deve parar de os tomar. O que é necessário é um trabalho continuado de divulgação das mais recentes pesquisas, que há vários anos vêm mostrando que a ciência dos radicais livres e dos antioxidantes é muito mais complexa do que é divulgado pelos meios de comunicação.

Embora as variedades japonesas de chá verde sejam as que contêm maiores quantidades de catequinas, estas também podem ser encontradas em variedades de outras regiões em quantidades suficientes. Por comparação, o chá preto contém um nível muito mais baixo de catequinas, uma vez que a maioria é destruída pelo processo de fermentação, sendo por isso que o seu consumo deve ser preterido em substituição do chá verde, segundo o professor Ristow.

Aging é uma publicação especializada na divulgação de artigos científicos sobre pesquisa em áreas ligadas ao envelhecimento, que vão desde as leveduras a mamíferos, senescência celular, doenças relacionadas com a idade, prevenção e tratamento do cancro e doença de Alzheimer, estratégias antienvelhecimento e desenvolvimento de medicamentos, tendo em vista o prolongamento da vida útil.

Fonte: Tupam Editores

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