CANCRO

Cancro: sobreviventes tomam suplementos para prevenir a doença

Cientistas do Reino Unido constataram que muitas pessoas que vivem com cancro, ou recuperaram de um, utilizam suplementos alimentares, acreditando que estes reduzem o risco de reincidência do cancro. Existem, contudo, poucas provas de que valha apena e crê-se antes que sejam ineficazes ou que provoquem malefícios.

Cancro: sobreviventes tomam suplementos para prevenir a doença

DIETA E NUTRIÇÃO

SUPLEMENTOS ALIMENTARES


Segundo Rana Conway, investigadora da University College London, uma em cada cinco pessoas que haviam recebido tratamento para cancro pensava, erradamente, que tomar vitaminas ou outros suplementos ajudaria a reduzir o risco de que a doença regredisse.

Mas os suplementos dietéticos não se recomendam para este propósito por não terem demonstrado benefícios, podendo mesmo interferir com o tratamento. Sabe-se, por exemplo, que o folato (uma vitamina B) pode interferir com certos medicamentos quimioterápicos, e os antioxidantes como a vitamina C e D podem fazer com que os tratamentos contra o cancro sejam menos eficazes. Já a vitamina A poderia contribuir para a toxicidade hepática.

Assim, em vez dos suplementos, aconselha-se a seguir uma dieta saudável com muitas frutas e verduras, evitando os alimentos ricos em calorias. Não ingerir bebidas alcoólicas e praticar exercício físico também são conselhos a seguir. Os doentes com cancro que consideram a toma de suplementos dietéticos não o devem fazer sem antes falar com o seu médico.

Durante a investigação, os cientistas estudaram 1.049 adultos que haviam sido diagnosticados com cancro da mama, da próstata, ou colorretal. Os participantes completaram um inquérito por correio, por telefone ou online, que incluía perguntas sobre suplementos dietéticos.

Os cientistas verificaram que as mulheres, os participantes que comiam cinco frutas e vegetais por dia e os que acreditavam que os suplementos dietéticos eram importantes para reduzir o risco de reincidência do cancro, tinham mais probabilidades de utilizar suplementos dietéticos.

A investigação revelou que 40% dos participantes tomaram suplementos dietéticos e 19% dos participantes acreditavam que os suplementos dietéticos poderiam reduzir o risco de reincidência do cancro.
Quanto aos suplementos, verificou-se que o cálcio com ou sem vitamina D eram os mais comummente utilizados por doentes com cancro da mama, tomados em 15%, e os óleos de peixe eram os suplementos dietéticos mais utilizados no geral, sendo tomados por 13% dos participantes.

Os cientistas constataram ainda que os participantes com obesidade tinham menos probabilidades de utilizar suplementos dietéticos.

Concluiu-se, então, que é importante que os profissionais de saúde forneçam aconselhamento e clareza aos doentes sobre a utilização apropriada de suplementos dietéticos.

A intervenção do dietista/nutricionista no doente oncológico é de extrema importância. Muitos pacientes com cancro têm necessidades únicas à medida que passam pelo tratamento e mesmo após o mesmo. Estes profissionais de saúde podem avaliar se o doente necessita de um suplemento para tratar os níveis baixos de algumas vitaminas e também ajudar a desenvolver um plano de dieta saudável.

Fonte: Tupam Editores

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