DOR

Campanha “Olhe pelas suas Costas” acaba com mitos sobre as dores

A dor nas costas afeta cerca de 150 mil portugueses, sendo a segunda causa mais frequente de idas às urgências hospitalares no país, e o motivo de mais faltas ao trabalho. A maioria experiencia pelo menos um episódio deste tipo de dor ao longo da sua vida. Esta pode afetar qualquer um dos segmentos da coluna, variando em intensidade, frequência e características, sendo a lombalgia o tipo de dor mais comum, mas existem ainda a cervicalgia e a dorsalgia.

Campanha “Olhe pelas suas Costas” acaba com mitos sobre as dores

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DOR, ENIGMA BIOLÓGICO


Desde os benefícios do exercício físico à segurança da cirurgia, Bruno Santiago, neurocirurgião e coordenador da campanha nacional “Olhe pelas Suas Costas” vai revelar-lhe alguns mitos e verdades sobre as dores nas costas que o vão surpreender.

Que a manutenção de um peso adequado e a prática regular de exercício físico, evitando o sedentarismo, são os cuidados mais importantes a ter para manter a saúde da coluna vertebral, minimizar as dores e evitar intervenções cirúrgicas já todos sabemos. Mas o neurocirurgião acentua que é crucial procurar ajuda especializada em caso de dúvidas ou dores persistentes, evitando reger-se por mitos que muitas vezes são afirmações erradas.
Aqui ficam algumas verdades e mitos para que fique esclarecido sobre o assunto.

É verdade que a dor na coluna é normal, por exemplo. Cerca de 80% da população terá pelo menos uma crise de dor nas costas ao longo da sua vida. Estes episódios são habitualmente benignos e resolvem-se espontaneamente, através de medicação ou de outros cuidados. No entanto, se a dor persistir ou afetar a perna ou o braço, deve procurar o médico assistente para uma diagnóstico e tratamento adequados. Até porque a patologia da coluna vertebral é atualmente a principal causa de anos vividos com incapacidade, em todo o Mundo.

Mas já é um mito que quanto mais repousar, melhor será o resultado. É evidente que o repouso é benéfico para as dores na coluna, mas este deve ser limitado apenas aos primeiros dias. Demasiado tempo na cama pode até atrasar a recuperação. Aliás, a pessoa só deve repousar na cama se a dor for muito intensa; na maioria dos casos basta apenas reduzir a atividade e os esforços.

Seja a trabalhar em pé ou sentado, fazer pequenas pausas em atividades prolongadas é benéfico para a saúde das costas. O sedentarismo e passar muito tempo sentado ou na mesma posição contribuem frequentemente para as dores nas costas. O Dr. Santiago aconselha a fazer pausas para andar um pouco ou fazer alongamentos.

Que as pessoas com dores nas costas não devem fazer exercício físico é um mito que deve ser esclarecido o mais rápido possível.
Muitas pessoas têm medo de fazer exercício quando têm dores nas costas, no entanto, o exercício físico regular - desde que iniciado de forma gradual e correta -, ajuda a manter o corpo saudável e fortalece os músculos, reduzindo a dor e o desconforto.

Caminhar, andar de bicicleta, fazer alongamentos, natação e pilates são alguns exercícios que beneficiam a saúde da coluna. Procure aconselhamento especializado junto dum fisioterapeuta, fisiologista do exercício ou Personal Trainer (PT).

Sabia que o tabagismo e o stress são fatores de risco para as dores nas costas? Pois é verdade, e a explicação é simples. A nicotina restringe o fluxo sanguíneo para os discos que amortecem as vértebras, o que acelera o seu desgaste. Os fumadores também apresentam uma recuperação mais lenta após fraturas ósseas e cirurgias de fusão da coluna.

Quanto ao stress, este pode manifestar-se sob a forma de vários sinais e sintomas, tendo impacto na saúde física e mental. No que diz respeito ao sistema musculoesquelético, podem surgir sintomas associados à tensão muscular crónica, uma vez que este é um fator de risco para o desenvolvimento de dores nas costas, nomeadamente ao nível da zona do pescoço e da região lombar da coluna.

O neurocirurgião quer esclarecer ainda um último mito, que considera importante. Há quem pense que uma pessoa que seja operada à coluna necessitará de passar a utilizar uma cadeira de rodas.
Para início de conversa, nem sempre a dor na coluna é tratada com recurso à cirurgia, estando esta indicada apenas em alguns casos. Quando é realmente necessária, hoje em dia, já é possível realizá-la de forma pouco invasiva.

Cada vez mais a tecnologia ajuda a reduzir complicações, tornando a cirurgia da coluna vertebral extremamente segura. Muitas vezes o doente recebe alta nas primeiras 24 horas. O risco de complicações graves após uma cirurgia à coluna que, por exemplo, dificulte o andar é infinitamente baixo.

Fonte: Tupam Editores

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