Além de um maior risco de desenvolvimento de doenças, na adolescência o excesso de peso também pode provocar impacto a nível psíquico e social. O aumento da taxa de obesidade grave nesta faixa etária tem levado a uma maior procura por tratamentos mais eficazes e radicais, como é o caso da cirurgia bariátrica e metabólica.

Um estudo de Avaliação Longitudinal de Cirurgia Bariátrica que analisou 242 adolescentes operados revelou que os mais jovens, com idades entre os 13 e os 15 anos, obtiveram uma perda de peso significativa e grande parte deles conseguiu resolver as comorbidades metabólicas importantes após cinco anos.

De acordo com o cirurgião brasileiro José Afonso Sallet, além de ser um tratamento seguro, a cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz e duradouro que, devido à idade dos pacientes, acaba por envolver poucos riscos. Por serem, geralmente, mais saudáveis do que os adultos, estes pacientes não apresentam doenças associadas e, quando apresentam, não são comorbidades graves. A recuperação pós-operatória nestas idades também é mais rápida.

Apesar dos resultados eficazes, os especialistas e órgãos de saúde referem que a cirurgia bariátrica possui indicações específicas e nunca deve ser a primeira opção de tratamento para a obesidade. A melhor forma de evitar a necessidade deste tipo de intervenção é prevenir ou tratar a doença precocemente.

A obesidade é uma doença multifactorial, no entanto, a causa mais comum entre crianças e adolescentes está relacionada com a alta ingestão de calorias associada a uma predisposição genética. Assim, ter um estilo de vida saudável na primeira infância, adotando dietas saudáveis e praticar atividade física é a base para evitar problemas futuros.