Ressonar pode ser sinónimo de problemas graves de saúde
A roncopatia ou ressonar, como é vulgarmente conhecido, é dos problemas respiratórios mais comuns durante o sono. Resultante de um som originado pela vibração das diversas estruturas que compõem a via aérea superior (palato, paredes da faringe, base de língua e, em alguns casos, a epiglote), o ressonar não constitui apenas um incómodo do ponto de vista conjugal e social, pode ser também a fase inicial da Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), uma doença com consequências graves.
Dormir é uma necessidade fisiológica indispensável e pode funcionar como um excelente tratamento de beleza e de saúde. Mas dormir o “sono dos justos” parece ser o privilégio só de alguns.
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O som vibratório resulta do esforço inspiratório durante o sono que estreita toda a via aérea superior (a qual tem tendência a colapsar em inspirações mais profundas) e que dificulta a passagem do ar em direção aos pulmões. Quando esta passagem de ar se torna difícil mas, ainda assim, possível, produz-se o ressonar. Quando esta passagem de ar se torna tão difícil que o ar não consegue passar ou passa em quantidade muito reduzida, produz-se uma apneia (a pessoa pára de respirar). Se essas paragens forem muito frequentes durante a noite, estamos perante um quadro de SAOS.
Muitos portugueses não sabem que sofrem da doença, no entanto, ela diminui a qualidade de vida de quem ressona e de quem está por perto, pelo que procurar ajuda médica é o primeiro passo a dar logo que o doente se aperceba de sintomas incomuns. Ainda que a apneia do sono se manifeste, geralmente, pela roncopatia, a sintomatologia também inclui cansaço durante o dia, dor de cabeça matinal e sono pouco reparador.
Habitualmente associada ao aumento de peso e à flacidez dos tecidos que compõem a via aérea superior, a roncopatia afeta mais os homens do que as mulheres, embora essa diferença tenda a esbater-se à medida que a idade vai avançando, sendo que, aos 60 anos, 60% dos homens e 45% das mulheres ressonam.
