PRÓSTATA

Próstata: nova técnica destrói células cancerígenas em minutos

O tratamento do cancro da próstata tem sofrido inúmeras evoluções nos últimos anos. Imagine um procedimento capaz de, em poucos minutos, destruir as células cancerígenas sem danificar os tecidos circundantes e ainda preservar as funções da glândula. Parece ficção, mas é uma realidade para pacientes com cancro na próstata.

Próstata: nova técnica destrói células cancerígenas em minutos

DOENÇAS E TRATAMENTOS

CANCRO DA PRÓSTATA


A electroporação irreversível (IRE), também conhecida por NanoKnife, é uma técnica de terapia focal que preserva as funções da glândula, utilizada no tratamento focal do cancro da próstata localizado e igualmente no tratamento do cancro no pâncreas, nos rins e no fígado, e que está a dar os primeiros passos em Portugal, razão pela qual não está ainda disponível no Serviço Nacional de Saúde.

Guiado por tecnologia de fusão de imagens de ressonância magnética (RMN) e ecografia, esta técnica permite tratar apenas a zona com doença clinicamente significativa. Por utilizar impulsos eléctricos para destruir as células cancerígenas, acredita-se que o tratamento não danifica os tecidos e as estruturas adjacentes às lesões.

Segundo José Sanches de Magalhães, especialista em urologia oncológica no Instituto Português de Oncologia do Porto, a técnica permite tratar o cancro da próstata em cerca de 30 a 90 minutos, através de uma intervenção minimamente invasiva, sendo possível o doente ter alta no dia seguinte.

A intervenção é realizada em bloco operatório, sob anestesia geral, e consiste na introdução de agulhas através do períneo, entre o ânus e os testículos, e entre cada par de agulhas é gerado um campo eléctrico de alta intensidade e curtíssima duração, que destrói apenas a membrana celular. Por não incluir incisões, o tempo de recuperação é bastante reduzido e com menos dor no pós-operatório.

Além disso, enquanto as terapias radicais, como a prostatectomia radical ou a radioterapia, têm efeitos secundários muitas vezes irreversíveis, esta intervenção preserva a glândula e permite minimizar efeitos secundários associados ao tratamento, tais como a disfunção eréctil, a impotência sexual ou o risco de incontinência urinária. Os pacientes ganham uma esperança acrescida para uma vida mais aprazível após o procedimento.

A eletroporação irreversível no tratamento focal do cancro da próstata é um passo em frente na terapêutica deste cancro. Actualmente, é um procedimento dispendioso, no entanto, há já subsistemas de saúde a comparticipar quase a totalidade do mesmo, ainda que por reembolso da despesa e não adiantamento do valor.

Fonte: Tupam Editores

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