Com base em notícia divulgada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo, um grupo de investigadores da Universidade de São Paulo, no Brasil, lograram criar produtos à base de leite e de soja fermentados, usando bactérias, que produzem a vitamina B9 natural, evitando assim os riscos normalmente associados ao folato sintético.
As vitaminas são nutrientes essenciais para a manutenção de certas funções do organismo humano, pelo que constituem um elo importante para manter uma saúde plena e evitar doenças graves.
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A deficiência de ácido fólico é comum no organismo, uma vez que este só armazena pequenas quantidades desta substância e, por isso, ao seguir regularmente uma dieta que não contenha aquele elemento, vai ocasionar a sua deficiência em poucos meses.
O ácido fólico ou vitamina B9, é uma vitamina solúvel em água. Como o organismo não consegue armazená-la durante muito tempo, é necessário fazer a sua reposição diária, uma vez que é essencial para o fabrico das células sanguíneas, curar ferimentos e ajudar na produção e regeneração dos músculos, entre outras funções não menos importantes.
Como todas as vitaminas, o ácido fólico é necessário para o bom funcionamento metabólico, além de contribuir para a formação do ADN e ARN e garantir a duplicação regular das células, podendo o seu desequilíbrio (falta ou excesso), desencadear problemas de saúde.
Tendo em conta que o consumo excessivo de ácido fólico sintético está associado a alguns efeitos indesejados como, por exemplo “mascarar” a deficiência de vitamina B12, o que pode levar a problemas neurológicos e anemia, os cientistas debruçaram-se sobre o desenvolvimento de novos produtos que suprissem as necessidades do ácido fólico, que é considerado o único suplemento alimentar que tem passado nos testes de proteção à saúde.
Os produtos desenvolvidos pela equipa contêm cerca de 20 por cento das necessidades diárias desse nutriente, com a vantagem de utilizar a sua forma natural, e não o similar produzido sinteticamente. Para produzir a vitamina B9, os investigadores utilizaram estirpes de bactérias lácticas que são comprovadamente seguras para o consumo humano e que já são usadas pela indústria alimentar.
Com cada vez mais países a aderirem a programas de fortificação obrigatória de alimentos, a fim de combater as deficiências de ácido fólico, para prevenção da anemia em crianças e malformação nos fetos, a estratégia traz benefícios consideráveis na redução de doenças, em particular em bebés.
A equipa continua a trabalhar no desenvolvimento de produtos que forneçam o ácido fólico natural e sirvam de alternativa aos suplementos sintéticos, usando para o efeito leite fermentado sintetizado pela equipa, e uma bebida de soja fermentada, como parte da nutrição diária recomendada e que adicionalmente contêm microrganismos probióticos.
