Um adequado conhecimento e tratamento da asma, são a chave para uma boa qualidade de vida das pessoas que vivem com esta doença. Sem cura conhecida até ao momento, é contudo possível controlá-la, através da adesão dos pacientes aos cuidados necessários, permitindo que as pessoas asmáticas vivam e respirem de forma plena.

A Global Initiative for Asthma (GINA) dos EUA, acaba de publicar o Relatório da Estratégia Global para Gestão e Prevenção da Asma, uma atualização do Resumo Executivo de sua estratégia para 2021, baseada nas evidências científicas mais recentes para o tratamento e prevenção da asma, não constituindo, no entanto, uma diretriz oficial.

A GINA foi criada em 1993, a partir de uma parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue (NHLBI) dos EUA, tendo por objetivo desenvolver uma estratégia de prevenção e tratamento da doença.

O relatório, que é atualizado anualmente, incorpora novas informações científicas sobre a asma, com base em uma revisão da literatura científica recente por um painel internacional de especialistas do Comité Científico da GINA. Este recurso, abrangente e prático, sobre uma das doenças pulmonares crónicas mais comuns em todo o mundo, contém extensas citações da literatura científica e forma a base para novos documentos e programas daquela Organização.

O Resumo Executivo foi publicado online em vários sites de referência especializados, tendo em vista uma divulgação global para melhoria da vida das pessoas com asma em todo o mundo. De forma resumida, indicam-se a seguir algumas das principais recomendações incluídas no Relatório da Estratégia 2021:

- Confirme o diagnóstico de asma antes de iniciar o tratamento de controle, pois a conformação torna-se mais difícil uma vez iniciado o tratamento.
- Personalize e ajuste a terapia durante um ciclo contínuo de avaliação, tratamento e revisão, como forma de prevenir exacerbações.
- Não inclua apenas medicamentos na gestão da asma, mas incorpore também o tratamento dos fatores de risco e comorbilidades, estratégias não farmacológicas e treino de habilidades especialmente para adesão à técnica inalatória.
- A asma não deve ser tratada apenas com os comuns agonistas adrenérgicos beta de curta duração.
- Todos os pacientes com asma devem ser tratados com recurso a terapia inalatória com corticosteroides, dependendo a sua frequência da gravidade e estado do paciente.
- Para as crianças até aos cinco anos, tratar os episódios inicias de sibilância com agonistas adrenérgicos beta de curta duração.
- Antes de intensificar o tratamento para controle dos sintomas e prevenir exacerbações, confirme se são decorrentes da asma e identifique e trate os fatores de risco suscetíveis de alteração.
- Uma vez a asma bem controlada durante 2-3 meses, considere reduzir gradualmente a dose, até encontrar a dose mínima eficaz.
- Como parte da gestão pessoal apoiada da asma, fornecer a todos os pacientes um plano de ação personalizado, por escrito, para os capacitar a reconhecer e responder ao eventual agravamento dos sintomas.
- Caso o paciente não consiga confirmar com segurança um diagnóstico de asma, observe falhas na resposta ao tratamento, tenha suspeitas de asma ocupacional ou fatores de risco associados, mostre evidência de efeitos colaterais ou suspeite de alergia alimentar, deve nesses casos ser encaminhado para os serviços médicos especializados.

Independentemente das recomendações da GINA, aqui indicadas, é importante que o paciente marque consultas periódicas regulares com o seu médico assistente para acompanhamento do quadro clínico. Afinal se o paciente seguir, com disciplina, as instruções do seu médico, poderá manter uma boa qualidade de vida.