Portugueses querem mais serviços farmacêuticos
Pela proximidade e facilidade de acesso, as farmácias assumem um papel importante nos cuidados de saúde à população. Um inquérito realizado pela Deco entre março e abril deste ano tinha como objetivo conhecer a opinião dos portugueses sobre o serviço prestado nas farmácias e locais de venda de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica.
SOCIEDADE E SAÚDE
A NOVA FARMÁCIA
Mais do que o sítio onde comprarmos medicamentos, a farmácia tem por função essencial contribuir com serviços e aconselhamento para a salvaguarda da saúde pública da sua comunidade. LER MAIS
Realizado numa amostra representativa da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos, o inquérito registou 1.515 respostas válidas, que revelaram que os farmacêuticos são os primeiros profissionais consultados pelos portugueses em caso de sintomas ligeiros de alergia (46% dos inquiridos), como espirros e comichão nos olhos, sinais de gripe (42%) e dores nas costas, nas pernas e nas articulações, sem traumatismo (25 por cento).
No que diz respeito à assistência na pandemia, a maioria dos inquiridos considera que as farmácias têm sido importantes parceiras no combate à COVID-19, com 66% dos inquiridos a sugerir que deveriam ser autorizadas a administrar vacinas e 42% a manifestar confiança nos testes aí realizados.
Os utentes mostram-se ainda muito satisfeitos com os serviços de medição da pressão arterial, colesterol ou vacinação, entre outros, e gostavam que os farmacêuticos tivessem um papel mais ativo no seguimento da sua saúde: 66% é da opinião de que deveriam poder renovar a prescrição médica durante um período definido pelo clínico e que deveriam ter acesso ao historial clínico dos seus utentes.
Entre os serviços mais valorizados pelos utentes está ainda a entrega de emergência ao domicílio.
As respostas ao inquérito permitiram apurar que o que levou os portugueses à farmácia nos últimos 12 meses foi a compra de medicamentos: quase todos os inquiridos o fizeram, pelo menos, uma vez, e 40%, mais de dez vezes. A aquisição de material de proteção contra a COVID-19, como máscaras, luvas e álcool-gel, surge em segundo lugar, com 42% dos inquiridos a indicarem esta opção, no mínimo, uma vez, no ano anterior ao inquérito.
Ao contrário do que se poderia pensar, a maioria não alterou os hábitos de visita à farmácia durante a pandemia. Dos que o fizeram, 20% reduziram as idas e só 15% as aumentaram.
Em conclusão, os consumidores mostram-se globalmente muito satisfeitos com a farmácia que visitam com mais frequência e apenas 9% dos inquiridos (com idade inferior a 45 anos) admite ter feito compras numa farmácia online no último ano. O grau de confiança, sobretudo nas plataformas sediadas fora do país, é baixo, o que constitui um entrave à sua utilização.
Os níveis de satisfação com o serviço prestado pela farmácia estão próximos dos 9 pontos (numa escala de 1 a 10, em que 1 corresponde a “nada satisfeito” e 10 a “satisfeito”), sendo a “simpatia dos funcionários”, “o respeito pela confidencialidade” e a “informação sobre medicamentos” os principais aspetos diferenciadores.
No segundo aspeto mencionado - o respeito pela confidencialidade -, convém referir que sete em cada dez inquiridos gostariam que todos os estabelecimentos tivessem um local resguardado, onde pudessem tratar de assuntos mais pessoais. Fica o desafio!