Pandemia: doenças mentais em crianças e adolescentes aumentam
Estudos recentes sugerem que a prevalência global de doenças mentais em crianças e adolescentes aumentou de forma significativa durante a pandemia de COVID-19. Contudo, uma variabilidade substancial nas taxas de prevalência foi relatada em toda a literatura científica.
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Um novo estudo teve como objetivo verificar estimativas mais precisas da prevalência global de sintomas de depressão e ansiedade clinicamente elevados entre crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19.
A investigação também visou comparar essas taxas com estimativas pré-pandémicas; e avaliar se os fatores demográficos (por exemplo, idade, sexo), geográficos (por exemplo, região global) ou metodológicos (por exemplo, tempo da recolha de dados da pandemia, pessoa que indicou a ocorrência de doença mental, qualidade do estudo) eram capazes de explicar a variação nas taxas de prevalência entre os estudos.
Nesta meta análise que incluiu 29 estudos que envolveram dados de 80.879 jovens em todo o mundo, as estimativas de prevalência combinadas de depressão e ansiedade clinicamente elevadas entre crianças e adolescentes foram de 25,2 e 20,5 por cento, respetivamente.
A prevalência de sintomas de depressão e ansiedade durante a pandemia de COVID-19 duplicou, em comparação com as estimativas pré-pandémicas, e as análises revelaram que as taxas de prevalência foram mais altas quando avaliadas após a pandemia, entre adolescentes mais velhos e raparigas.
Assim, as estimativas globais de doenças mentais entre crianças e adolescentes observadas no primeiro ano da pandemia de COVID-19 neste estudo indicam que a prevalência aumentou significativamente, permanece alta e, portanto, merece atenção para o planeamento da recuperação da saúde mental dessa faixa etária, disseram os autores do estudo num artigo publicado no JAMA Pediatrics.