BIOTECNOLOGIA

Startup portuguesa vence concurso de inovação em biotecnologia

O projeto “Fetalix”, do qual já resultou uma startup que tem como objetivo tratar a doença degenerativa do disco intervertebral, causadora da dor lombar, liderado pela investigadora Joana Caldeira, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), venceu o Amyris Innovation BIG Impact Award, um concurso de inovação em biotecnologia, organizado pela Associação de Antigos Alunos da Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto, em parceria com a Escola Superior de Biotecnologia e a Amyris Bio Products Portugal, anunciou a instituição no seu portal de notícias.

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BIOTECNOLOGIA: A ALQUIMIA DOS TEMPOS MODERNOS


Co-fundada por Morena Fiordalisi, Hugo Prazeres e Raquel Gonçalves, a “Fetalix” surgiu da investigação desenvolvida no grupo Microenvironments for New Therapies, do i3S/INEB, liderado pelo investigador Mário Barbosa.

“Pretendemos utilizar um biomaterial desenvolvido (e com pedido de patente) a partir de um derivado de uma fonte fetal de mamífero, que representa, só nos Estados Unidos, um desperdício anual de milhões de toneladas gerado pela indústria pecuária”, explica Joana Caldeira. A sustentabilidade económica do projeto é, aliás, um “fator diferenciador dos demais”, sublinha a investigadora do grupo Microenvironments for New Therapies.

Este biomaterial, com o qual a investigadora e a restante equipa pretendem tratar a doença degenerativa do disco intervertebral, causadora da dor lombar em humanos e raças de cães específicas, “apresenta propriedades regenerativas únicas e a sua produção é simples, segura, acessível e passível de ser escalonável”.

Em 2020, o projeto já tinha vencido o programa de apoio à inovação do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) – “EIT Jumpstarter 2020” – na categoria de Saúde.

Para a Joana Caldeira, este prémio, no valor de sete mil euros, tem “um sabor especial” por ser um reconhecimento da universidade que a formou durante a licenciatura. “Ao final de um ano, depois de termos recebido o prémio do EIT (European Institute of Innovation & Technology), esta distinção surge como uma lufada de ar fresco. Além disso, permitirá avançar o projeto a nível da validação animal e alavancar investimentos futuros que facilitem a entrada do produto no mercado”, nota a investigadora.

O segundo prémio foi atribuído ao projeto “Beesaver”, liderado por Ana Cristina Afonso Oliveira, da Universidade do Minho, visa desenvolver um kit de triagem rápido e inovador para detetar esporos viáveis numa colónia de abelhas infetada, mesmo que nenhuma doença seja aparente para os observadores.

Já o projeto “MindMimics”, apresentado pela investigadora Laura Frazão, foi distinguido com o 3º prémio e pretende explorar os organoides do cérebro humano como uma alternativa para a triagem de fármacos e para o estudo de doenças do desenvolvimento neuronal.

Hugo Choupina, vice-presidente da ALUMNI ESB e coorganizador do evento, destaca “a excelência científica das soluções propostas aliada aos princípios de economia circular com foco particular em resolver problemas grandes na Sociedade”.

“Estamos perante excelentes exemplos da melhor investigação que se realiza a nível nacional e que é passível de ser transferida e capitalizada na Indústria”, acrescenta.
Ana Leite Oliveira, coorganizadora do evento e docente da Escola Superior de Biotecnologia, reforça por sua vez que “o júri ficou muito bem impressionado com a qualidade e quantidade de projetos apresentados”.


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