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Sinais iniciais de Alzheimer podem ser vistos no tronco cerebral

Determinadas alterações registadas numa parte do tronco cerebral, visíveis em exames, podem ser um indicador potencial da doença de Alzheimer, concluiu um novo estudo da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos. O estudo foi publicado na revista Science Translational Medicine.

Sinais iniciais de Alzheimer podem ser vistos no tronco cerebral

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Recorrendo a diferentes técnicas de imagem cerebral, os cientistas descobriram que a menor "integridade" na região do tronco cerebral estava ligada a um declínio mais rápido na memória e no pensamento em adultos mais velhos, bem como a certas mudanças cerebrais observadas no início da doença de Alzheimer.

O estudo teve como foco uma área do tronco cerebral conhecida como locus coeruleus, ou LC. Estudos anteriores, de autópsias cerebrais, indicaram que o LC é o primeiro local no cérebro a ser atingido pela acumulação anormal de tau, uma proteína associada à doença de Alzheimer.

Ao contrário da acumulação de proteínas amiloides, que ocorre mais tarde na vida, a acumulação de proteínas tau geralmente tem início mais cedo. Este estudo sugere que cerca de metade das pessoas com idades entre os 30 e os 40 anos registam acumulação de proteínas tau. Contudo, se este indicador é de facto um sinal de desenvolvimento de Alzheimer ainda não está claro.

Durante o estudo, foram avaliados 174 adultos mais velhos, a maioria sem problemas neurológicos e bom funcionamento cognitivo. Todos realizaram exames de ressonância magnética para avaliar a integridade do LC.

De acordo com os investigadores, não é possível avaliar de forma direta o conteúdo de proteína tau no LC por causa do seu tamanho reduzido. Contudo, os avanços recentes da tecnologia de ressonância magnética permitem avaliar a integridade da área, o que pode refletir a acumulação de tau.

Além dessas análises através de ressonância magnética, os participantes também foram submetidos a exames de imagem PET, com objetivo de detetar qualquer acumulação de tau e amiloide noutras áreas do cérebro implicadas no processo inicial de Alzheimer. A memória e outras habilidades de pensamento foram igualmente testadas várias vezes por um período de até oito anos.

Com base em todas estas informações, os investigadores descobriram que, no geral, uma menor integridade do LC foi relacionada à acumulação de tau numa área do cérebro envolvida na memória chamada córtex entorrinal. Uma menor integridade do LC também foi associada a um declínio mais rápido nas habilidades de raciocínio dos participantes do estudo.

Isto não prova que a acumulação de tau no LC é o que faz despoletar o processo de desenvolvimento da doença, mas identifica a integridade do LC como um marcador potencial para prever o declínio cerebral relacionado com o Alzheimer, disseram os autores do estudo.


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