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Sensor inovador de ADN deteta presença e virulência de vírus

Investigadores norte-americanos da Universidade de Illinois desenvolveram um sensor de ADN inovador capaz de detetar a presença de vírus no organismo e o quão estes são infeciosos.

Sensor inovador de ADN deteta presença e virulência de vírus

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Em causa está um sensor que integra fragmentos de ADN e a tecnologia de nanoporos, que são microaberturas em membranas, que direcionam os vírus e permitem que estes sejam detetados. O teste dura poucos minutos e não exige qualquer pré-tratamento das amostras.

"A virulência, ou seja, o potencial de infeção de um vírus é uma informação muito importante que pode dizer-nos se os pacientes são contagiosos ou se um método de desinfeção ambiental poderá funcionar para travar a sua disseminação", explicou a professora Ana Peinetti.

"O nosso sensor combina dois componentes principais: moléculas de ADN altamente específicas e tecnologia de nanoporos altamente sensível. Desenvolvemos essas moléculas de ADN altamente específicas, chamadas aptâmeros, que não apenas reconhecem os vírus, mas também podem diferenciar o seu status de virulência”, acrescentou a investigadora.

A equipa demonstrou a capacidade do novo sensor ao testar dois vírus que causam infeções em todo o mundo: o adenovírus humano e o vírus da COVID-19.

"Com o vírus da COVID-19, foi demonstrado que o nível de RNA viral tem uma correlação mínima com a capacidade de infeção do vírus. No estadio inicial, quando uma pessoa é infetada, o RNA viral é baixo e difícil de detetar, mas o infetado é altamente contagioso", disse o investigador Yi Lu.

"Quando uma pessoa está recuperada e não mais transmite o vírus, o nível de RNA viral pode ser muito alto. Os testes de antigénio seguem um padrão semelhante, embora ainda mais tarde do que o RNA viral. Portanto, tanto os testes de RNA viral como os testes de antigénio são pobres em informar se um vírus é infecioso/virulento ou não. Isso pode resultar em atrasos no tratamento ou na quarentena, ou a libertação prematura de quem ainda pode ser contagioso”, explicou o investigador.

O "padrão ouro" da deteção de vírus, os testes de PCR (reação em cadeia da polimerase), detetam o material genético viral, mas não conseguem distinguir se uma amostra é infeciosa ou determinar se uma pessoa está em estadio contagioso, o que dificulta o rastreio e a contenção dos surtos virais.

Existem testes que detetam vírus infeciosos, ou com elevada virulência, chamados ensaios de placa, mas estes requerem preparação especial e dias de incubação para fornecer os resultados.

O novo método de deteção pode produzir resultados entre 30 minutos a duas horas e, como não requer pré-tratamento da amostra, pode ser usado em vírus que não se multiplicam em laboratório e, portanto, não são detetados pelos ensaios de placa, afirmaram os autores do estudo.


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