Nível de escolaridade e poder económico influenciam saúde
Um novo estudo que comparou padrões de grupos de doenças de comorbilidade, prevalência e fatores de risco para a saúde na Irlanda, Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, revelou descobertas importantes que podem ter implicações nas políticas de saúde pública.
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O estudo oferece uma nova visão para ajudar as autoridades de saúde a compreender melhor a natureza complexa de comorbilidades múltiplas (a ocorrência de duas ou mais doenças crónicas) e para identificar e melhorar as estratégias de prevenção e gestão adequadas para tratamento dessas doenças em vários países.
Os quatro países analisados estão classificados, a um nível global, entre os 14 primeiros no Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU), o que permitiu uma comparação adequada em toda a gama de sistemas de prestação de serviços de saúde pública da América do Norte e da Europa.
O estudo investigou a prevalência ao longo da vida de dez condições crónicas, cardiovasculares e de saúde mental comuns entre 62 111 adultos com idades entre os 52 e os 85 anos, residentes nos quatro países, e descobriu de que forma as diferenças demográficas, o status socioeconómico e os comportamentos de saúde afetavam a combinação de doenças dentro e entre os quatro países.
A Irlanda teve a prevalência mais baixa para seis entre dez doenças, em comparação com outros países (38,6 por cento), ao contrário dos Estados Unidos, que teve a prevalência mais elevada (60,7 por cento).
Foram identificados cinco padrões de comorbilidade múltipla para cada país, sendo que os investigadores descobriram que existia uma disparidade socioeconómica entre todos os quatro países, onde aqueles que tinham níveis mais altos de educação e maiores rendimentos tinham uma melhor saúde. O índice de massa corporal (IMC) elevado também foi identificado como um fator de risco para alta carga de doenças em todos os países.