Semana da Malnutrição: Rastreios de risco nutricional de idosos
A Semana da Malnutrição, uma iniciativa a nível mundial promovida pelas principais sociedades científicas - ASPEN, BAPEN - para a nutrição e que pretende alertar para o diagnóstico precoce e tratamento da malnutrição associado à doença será celebrada entre os dias 4 e 8 de outubro.
DIETA E NUTRIÇÃO
SUPLEMENTOS ALIMENTARES
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A malnutrição resulta de um estado de ingestão alimentar deficitária que leva a perda de peso involuntária e a alterações da composição corporal (nomeadamente perda de massa muscular), que por sua vez contribuem para uma diminuição das funções físicas e mentais e impacta negativamente a evolução da doença.
A atual pandemia agravou o risco de malnutrição em Portugal, tendo aumentado a sua incidência, sendo por isso de extrema importância alertar a população para a necessidade de diagnosticar e tratar com suplementação nutricional oral adequada todos os doentes em défice nutricional.
A malnutrição existe em Portugal e é reversível com um adequado e precoce suporte nutricional. Por esse motivo, de 4 a 8 de outubro, irão realizar-se rastreios em várias farmácias em Lisboa e no Porto, que visam diagnosticar os pacientes que estão em risco de malnutrição, e caso se confirme a malnutrição, tenham o devido acompanhamento médico.
Apesar de a malnutrição e o seu impacto ainda ser desconhecido em Portugal, os números da malnutrição crescem diariamente na comunidade, em especial nos idosos, que devido ao isolamento, pelo constrangimento nas visitas e imobilização, reduziram a sua ingestão alimentar.
A restrição de visitas durante as refeições do almoço e jantar, tanto nos lares como nos hospitais, levou a que muitos doentes ficassem sem auxílio, e muitos reduziram o seu apetite por associação ao sentimento de tristeza ao abandono.
Também a malnutrição associada à doença é uma realidade, sendo responsável por dez a 20 por cento das mortes em oncologia, com 30 a 70 por cento dos doentes oncológicos a apresentarem sinais de malnutrição, o que tem um impacto direto no prognóstico e na qualidade de vida do doente – como implicações clínicas, perda de independência e morte precoce.
A falta de acessibilidade à nutrição clínica acentua desigualdades sociais, uma vez que apenas doentes com capacidade financeira, conseguem reverter a sua malnutrição no contexto ambulatório/domicílio.
Há a necessidade de alertar a urgência de reembolso e comparticipação dos suplementos nutricionais orais – proporcionando aos doentes o fácil acesso ao mesmos – sem o pagamento na sua totalidade, uma vez que Portugal é dos poucos países da Europa em que não existe qualquer tipo de reembolso dos suplementos nutricionais orais.
Entre os sinais de Malnutrição destacam-se a perda de peso involuntária, perda de apetite, dificuldade em mastigar e deglutir, fadiga, falta de energia, perda de mobilidade, dificuldade em subir escadas e quedas frequentes.