INFERTILIDADE

Células estaminais promissoras para tratar a síndrome de Asherman

As células do tecido do cordão umbilical demonstraram potencial para restaurar a fertilidade em mulheres com síndrome de Asherman. Segundo um estudo publicado na revista científica Stem Cell Research & Therapy, os resultados são encorajadores dado que esta abordagem permitiu melhorar a recetividade do endométrio para a implantação do embrião em mulheres com esta síndrome.

Células estaminais promissoras para tratar a síndrome de Asherman

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INFERTILIDADE - A CEGONHA QUE TARDA EM CHEGAR

A infertilidade feminina pode ter inúmeras causas, entre elas a síndrome de Asherman, que se caracteriza pela presença de aderências no interior do útero. O tratamento desta condição passa em regra pela remoção cirúrgica das aderências e em estratégias para prevenir o seu reaparecimento, nomeadamente através de terapia hormonal. No entanto, existem casos graves em que não é possível restaurar a função uterina com os métodos convencionais, explica a Dr.ª Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

“É a pensar nestas doentes que a terapia com células estaminais tem vindo a ser investigada como uma abordagem inovadora, com resultados promissores. Neste estudo, a escolha pelas células estaminais do tecido do cordão umbilical deveu-se às múltiplas vantagens que apresentam, nomeadamente a elevada capacidade de proliferação e o método de colheita simples e indolor”, acrescenta.

Para avaliar o efeito da aplicação intrauterina de células estaminais na capacidade de proliferação do endométrio, foram envolvidas, neste estudo piloto, 18 mulheres com síndrome de Asherman que não responderam adequadamente aos tratamentos convencionais. O tratamento foi aplicado duas vezes, em ciclos menstruais consecutivos, seguido de um período de acompanhamento de 2 anos.

Após o tratamento experimental, observou-se um aumento significativo da espessura do endométrio, que excedeu os 6 mm em 8 das participantes, assim como um aumento significativo da densidade de capilares sanguíneos e do número de recetores hormonais no endométrio. Estes resultados indicam que o tratamento experimental promoveu melhorias na vascularização do endométrio e na sua resposta a estímulos hormonais.

Notavelmente, embora as participantes se debatessem com problemas de infertilidade há 4 anos, em média, quatro conseguiram engravidar após o tratamento experimental com células estaminais: três através de fertilização in vitro, e uma de forma natural.

Relativamente à segurança, não se verificaram efeitos adversos sérios. Foi apenas reportada uma hemorragia intrauterina numa das participantes, controlada com terapêutica convencional, sem evidências de que tenha estado relacionada com o tratamento experimental. A realização de mais estudos permitirá confirmar a segurança e eficácia desta terapia.

Fonte: Crioestaminal

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