PANDEMIA

Pacientes com histórico de desnutrição têm maior risco de COVID-19

Adultos e crianças com COVID-19 com histórico de desnutrição apresentam maior probabilidade de óbito e maior necessidade de ventilação mecânica. A desnutrição prejudica o funcionamento adequado do sistema imunológico e é conhecida por aumentar o risco de infeções graves por outros vírus.

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Este facto chamou a atenção de investigadores internacionais para os potenciais efeitos a longo prazo da desnutrição sobre os resultados da COVID-19, que apresenta uma manifestação de longo prazo conhecida como “COVID-19 persistente”.

O investigador Louis Ehwerhemuepha e os seus colegas investigaram associações entre diagnósticos de desnutrição e a subsequente gravidade da COVID-19 usando registos médicos de 8 604 crianças e 94 495 adultos (maiores de 18 anos) que foram hospitalizados com COVID-19 nos Estados Unidos entre março e junho de 2020.

Os pacientes com um diagnóstico de desnutrição foram então comparados com os pacientes sem problemas nutricionais.

De um total de 520 (seis por cento) crianças com COVID-19 grave, 39 (7,5 por cento) tinham diagnóstico prévio de desnutrição, em comparação com 125 (1,5 por cento) de 7 959 (98,45 por cento) crianças com COVID-19 leve.

Entre os 11 423 (11 por cento) adultos com COVID-19 grave, 453 (quatro por cento) tinham diagnóstico prévio de desnutrição, em comparação com 1 557 (1,8 por cento) adultos com COVID-19 leve.

As crianças maiores de cinco anos e os adultos de 18 a 78 anos com diagnóstico prévio de desnutrição apresentaram maior probabilidade de desenvolver COVID-19 grave do que aqueles sem histórico de desnutrição nas mesmas faixas etárias.

Curiosamente, os dados mostraram ainda que as crianças menores de cinco anos e os adultos com 79 anos ou mais de idade tinham maior probabilidade de ter COVID-19 grave se não estivessem desnutridos - em comparação com aqueles da mesma idade que estavam desnutridos.

Os cientistas não sabem explicar a razão desse efeito inesperado, mas acreditam que, pelo menos nas crianças, isso pode ocorrer devido ao facto de haver menos dados médicos para menores de cinco anos.

O risco de COVID-19 grave em adultos com e sem desnutrição aumenta continuamente acima dos 79 anos. Os investigadores sugerem que as intervenções de saúde pública para aqueles com maior risco de desnutrição podem ajudar a mitigar a maior probabilidade de ter COVID-19 grave neste grupo.


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