DERMATOLOGIA

Protetores solares são eficazes mas cheios de microplásticos

Um estudo realizado para Associação de Defesa do Consumidor DECO testou 42 protetores solares, entre produtos com FPS 30 para adultos e FPS 50 e 50+ para crianças, os quais mostraram ser eficazes. Contudo, o impacto ambiental é elevado em alguns, tanto ao nível da embalagem, como da incorporação de microplásticos na sua composição.

Protetores solares são eficazes mas cheios de microplásticos

BELEZA E BEM-ESTAR

PROTETORES SOLARES

Uma análise ao fator de proteção, incluindo contra raios UVA, teste de uso e verificação da rotulagem é a espinha dorsal dos estudos a protetores solares, que, desta vez, conduziram a resultados muito satisfatórios, como mostra o comparador de protetores solares da DECO, no qual é possível explorar as características, os resultados e os preços de produtos com FPS 30, mas também com 50 e 50+ direcionados para crianças.

Contudo, “face à urgência de escolhas sustentáveis, a eficácia já não é suficiente. Um protetor solar tem de respeitar também o ambiente. Como? Não facilitando o desperdício”, destaca a DECO no seu portal oficial. “Esta missão começa logo por rejeitar as inúteis caixas de cartão e adequar a capacidade da embalagem à quantidade de produto. Continua com a conceção de embalagens que permitam retirar e usar todo o protetor. E termina com a rejeição dos microplásticos na lista de ingredientes. Substâncias que muito poluem o planeta e, em especial, os oceanos, os microplásticos são dispensáveis em termos de eficácia, como prova o nosso teste”, destaca ainda.

Quase todos os protetores solares testados pela DECO incluem microplásticos, partículas com não mais de cinco milímetros, que contribuem para a espessura ou a aparência dos protetores, embora também possam funcionar como filtros UV mais baratos. Estes são, contudo, uma das mais recentes pragas poluidoras.

Os microplásticos contaminam lençóis freáticos e entram na cadeia alimentar, acabando por chegar às nossas refeições. Ao tomarmos banho no mar, soltam-se e podem absorver outros poluentes que estejam na água. Depois, são ingeridos pelos peixes pequenos, alimento dos que têm maior porte. Quando estes são pescados e nos chegam à mesa, ingerimo-los também.

Alguns (poucos) produtos já conseguem excluir os microplásticos das suas formulações, sem que saiam prejudicados na eficácia: é o caso do Biotherm Waterlover Sun Milk Eco-labelled, do Nivea Sun Protect & Bronze, do Be Beauty Care Bruma Corporal Solar FPS 50+ Kids (Pingo Doce) e do Cosmia Spray Protecteur a l’Huile de Coco.

Relativamente ao desperdício de materiais e de protetor solar, o “mais evidente está relacionado com o acondicionamento da embalagem numa inútil caixa de cartão, presente em três protetores testados. Não contribui para a melhor conservação do produto, nem fornece mais informações ao consumidor.

Tudo o que lá vem escrito pode figurar também na embalagem primária. E, mesmo que inclua informações importantes ausentes da embalagem primária, como a lista de ingredientes, a caixa é descartada. Se fosse encaminhada para o ecoponto azul, o problema seria menos grave. Mas, não raras vezes, segue para o lixo assim que chega a casa do consumidor. Na prática, é só gasto de cartão sem sentido”, refere a DECO.

O desperdício de materiais também pode ocorrer quando os protetores vêm acondicionados em embalagens demasiado grandes para a quantidade de produto, o que ocorreu em dois casos no teste realizado.

As perdas não se resumem, contudo, aos materiais. Em 11 dos 42 protetores solares analisados, há desperdício de produto: pelo menos, nove por cento ficam retidos na embalagem. No Cien Sun Loção Solar Classic (Lidl), as perdas chegam quase aos 16 por cento e, no Eucerin Sensitive Protect Sun Lotion Extra Light, são de 19 por cento. Ou seja, no último caso, o consumidor paga, mas não pode usar cerca de um quinto do protetor.

Fonte: DECO

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