COVID-19: variante inglesa é mais contagiosa mas não é mais letal
A variante inglesa B.1.1.7. do vírus SARS-CoV-2, que causa a COVID-19, apresenta uma mutação mais contagiosa, mas não mais perigosa ou letal que outras variantes do novo coronavírus.
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A conclusão é de dois estudos publicados esta semana nas revistas científicas The Lancet Infectious Diseases e The Lancet Public Health, que mostraram que as pessoas infetadas com a mutação conhecida como a variante inglesa não experimentam sintomas mais graves ou um risco aumentado de desenvolver COVID-19 de longa duração. No entanto, os autores observaram a presença de uma carga viral mais elevada e um maior número de contágios por paciente (número R).
Um dos estudos mostrou que 36 por cento dos doentes com B.1.1.7. ficaram gravemente doentes ou morreram, comparado com 38 por cento daqueles com outra variante. Por outro lado, os dados gerados pelos testes de zaragatoa do PCR, que permitem analisar a carga viral, revelaram uma maior presença em pessoas com a nova variante.
O outro estudo analisou dados relatados por 36 920 utilizadores da aplicação COVID Symptom Study, todos documentados com um teste positivo realizado entre 28 de setembro e 27 de dezembro.
Estes resultados foram combinados com a vigilância do Serviço Público de Saúde, lançado para examinar as associações entre a proporção regional de infeções e a presença da variante.
Os autores estimam que a presença de B.1.1.7. num território levou ao aumento do índice de transmissão de 1,35 em relação à estirpe original. “Ao mesmo tempo, os autores descobriram que, durante os confinamentos, o índice de transmissão caiu abaixo de 1, mesmo em regiões onde a variante dominava”.
“Graças a estas duas grandes fontes de dados, conseguimos confirmar o aumento da transmissibilidade da nova variante, mas também mostrámos que B.1.1.7. respondeu a medidas de confinamento e não parece escapar à imunidade obtida pela exposição ao vírus original através da criação de reinfeções”, afirmou Claire Steves, investigadora do Kings College London e coautora do estudo.