PANDEMIA

Um em cada três profissionais de saúde sofrem de burnout severo

Os altos níveis de contágio, e consequente ruptura do setor de saúde provocam efeitos colaterais para além da exaustão física em quem está na linha de frente, é o caso de síndromes emocionais, como o Burnout, em que um em cada três profissionais de saúde apresentam níveis severos do sintoma, revela estudo da Universidade Portucalense, desenvolvido pelo REMIT (Research on Economics, Management and Information Technologies).

Um em cada três profissionais de saúde sofrem de burnout severo

DOENÇAS E TRATAMENTOS

BURNOUT

 
Com o título “Resiliência e Burnout em Organizações de Saúde”, o estudo liderado pelos investigadores Sofia Gomes e Pedro Ferreira, expõe três componentes do Burnout evidentes nos profissionais de saúde inquiridos neste trabalho:
 
1) 58,2% apresentam elevada exaustão emocional (esgotamento emocional traduzido por um grande cansaço no trabalho, acompanhado de uma sensação de vazio e pela dificuldade em lidar com as emoções dos outros); 

2) 54,6% apresentam uma elevada perda de realização pessoal (sentimento de insucesso profissional); 

3) 33,7% dos inquiridos apresentam um elevado nível de despersonalização (atitude mais distanciada na prestação de cuidados);

A análise conclusiva dos investigadores, é de que níveis altos de burnout conduzem habitualmente a menor envolvimento com o trabalho e índices inferiores de produtividade e performance, e identificam a resiliência como factor determinante no combate à esta síndrome.
 
“Quanto maior o nível de recuperação das adversidades e adaptação a situações de tensão e stress, maiores os níveis de realização pessoal, e consequentemente, menores os níveis de exaustão e de despersonalização”, informam os investigadores no relatório.
 
O estudo inquiriu 196 profissionais de saúde, entre novembro de 2020 e janeiro de 2021, pico da pandemia do novo coronavírus em Portugal.
 
Dos investigados, 77% são mulheres, 73,3% tem menos de 40 anos, e 53,1% tem filhos.
 
Em termos de profissão, 73% são enfermeiros, 24,5% são médicos, sendo que 55,6% exercem a sua profissão há mais de 11 anos e nos últimos seis meses trabalharam em média 47,6 horas, em que o número máximo registado foi de 140 horas semanais.

Fonte: Universidade Portucalense

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