Punição e privação cognitiva promovem atrasos no desenvolvimento
Um estudo publicado no Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry e realizado por cientistas dos Estados Unidos concluiu que a disciplina física e a privação cognitiva estavam associadas a domínios específicos de atraso no desenvolvimento.
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Os investigadores analisaram 29 792 crianças entre os três e os seis anos de idade e os seus cuidadores, em 17 países, que completaram medidas de punição física, privação cognitiva e risco de atraso de desenvolvimento.
Os fatores utilizados para determinar a punição física incluíram surras ou tapas no braço, mão ou perna, enquanto a privação cognitiva incluiu não contar histórias ou ler com uma criança assim como a ausência de livros em casa.
Os investigadores verificaram que a punição física foi associada a probabilidades 50 por cento mais elevadas de risco de atraso socioemocional, pelo menos 2,5 vezes superior ao risco de qualquer das experiências de privação cognitiva.
O estudo mostrou ainda que não contar histórias ou não ler com a criança estava associado a probabilidades 47 e 62 por cento mais elevadas, respetivamente, de risco de atraso cognitivo. No entanto, a disciplina física não conferia qualquer risco de atraso cognitivo.
Os resultados sugerem que a distinção entre medo e privação no desenvolvimento infantil é importante para a investigação e intervenções de saúde pública.