MORTALIDADE

Pandemia: sedentarismo em isolamento pode aumentar mortalidade

Apesar de ser uma medida fundamental para controlar a propagação do novo coronavírus, o isolamento social pode induzir comportamentos prejudiciais à saúde, como ingerir alimentos de pior qualidade, passar mais tempo sentado em frente aos ecrãs e movimentar-se menos ao longo do dia.

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Cientistas internacionais acabam de publicar uma nova estimativa, na qual calcularam que a redução no nível de atividade física observada nos primeiros meses de quarentena pode gerar um aumento anual de mais 11,1 milhões de novos casos de diabetes tipo 2 e resultar em mais 1,7 milhão de mortes.

Esse número de possíveis mortes é maior do que todas as mortes causadas pela própria COVID-19 em todo o mundo até o início de dezembro de 2020 (1,5 milhão). Por isso, os autores defendem ser urgente recomendar a prática de exercício físico durante a pandemia.

“Estudos recentes mostraram que indivíduos com diabetes têm um risco maior de desenvolver a forma grave da COVID-19. E, quando não é bem controlada, o risco de morte é elevado. Outros estudos têm demonstrado que o confinamento reduziu consideravelmente o nível de atividade física, aumentou o comportamento sedentário e piorou a qualidade da alimentação. Alertamos então para as consequências deletérias desses comportamentos”, afirmou o professor e investigador brasileiro Emmanuel Gomes Ciolac, que coordenou o estudo.

De acordo com os resultados da investigação, ainda preliminares (relativos aos primeiros mil voluntários que responderam ao questionário usado), nos primeiros meses de confinamento, houve uma redução de 35 por cento no nível de atividade física e um aumento de 28,6 por cento nos comportamentos sedentários, como passar mais tempo sentado e deitado, além de maior ingestão de alimentos não saudáveis.

Estudos anteriores já mostravam que a inatividade física foi responsável por cerca de 33 milhões de casos de diabetes tipo 2 em 2019 e 5,3 milhões de mortes em 2018.

Baseados nos dados do período anterior à pandemia, os cientistas estimam que a prevalência atual de inatividade física - isto é, não realizar a quantidade mínima de exercício recomendado pelas organizações de saúde - é de 57,3 por cento entre a população com mais de 40 anos e 57,7 por cento entre indivíduos com risco de diabetes.

Prevê-se, assim, que a falta de atividade física será responsável por 9,6 por cento (11,1 milhões) dos casos de diabetes e 12,5 por cento (1,7 milhão) da mortalidade geral no mundo.


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