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Burnout afeta quase metade dos fisioterapeutas

Um estudo realizado por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), revela que mais de 40 por cento dos fisioterapeutas, em Portugal, estão “em situação de exaustão física e fadiga psicológica” devido à pandemia.

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O estudo, que envolveu também investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto, tinha como objetivo avaliar o impacto da COVID-19 nestes profissionais de saúde ao nível da depressão, ansiedade e burnout.

Da amostra de 551 inquiridos, mais de metade tratam doentes presencialmente, 35 por cento estão em serviços de internamento e 18 por cento trabalham diretamente com doentes infetados pelo novo coronavírus, que provoca a COVID-19.

Cristina Jácome, investigadora da FMUP e do CINTESIS, afirma que a COVID-19 “expôs a importância vital dos fisioterapeutas na reabilitação dos doentes, desde a fase aguda até ao acompanhamento a longo prazo”.

“Importava, por isso, perceber como se encontravam os fisioterapeutas do ponto de vista psicoemocional”, sublinha a investigadora em comunicado.
No questionário, 42 por cento dos fisioterapeutas afirmaram estar em burnout, “uma percentagem superior à de outros estudos nacionais e internacionais que apontam para dez a 30 por cento”, refere a FMUP.

Para os investigadores, este facto pode ser explicado pelo “envolvimento em situações de trabalho emocionalmente exigentes” e por uma “menor capacidade de adaptação ao stress do contacto com doentes com COVID-19”.

“Quando tentámos compreender que características estavam a contribuir para o estado de fadiga e exaustão, verificámos que os fatores mais relevantes eram uma menor resiliência, níveis mais elevados de depressão, de stress e reabilitar doentes com COVID-19”, explica a Cristina Jácome, que além de investigadora é fisioterapeuta.

Associados a estes fatores podem também estar outros problemas, nomeadamente dificuldades económicas, menor produtividade, redução da qualidade dos cuidados de saúde prestados e o aumento do tempo necessário para a recuperação dos doentes “com todas as consequências que daqui advêm para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, alerta a investigadora.

Por esse motivo, Cristina Jácome considera ser essencial e “urgente” que se implementem estratégias de mitigação para promover a saúde dos fisioterapeutas para garantir a qualidade dos serviços prestados.

Fonte: Lusa

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