Pandemia vai afetar casamentos, relações e natalidade
A COVID-19 e a resposta mundial à pandemia afetaram profundamente as famílias, a atividade profissional, os relacionamentos e a vida quotidiana a nível mundial, afirmam especialistas internacionais, que alertam, contudo, que poucos têm ainda a noção de que esse impacto deverá durar anos.
A depressão é uma das mais frequentes doenças psiquiátricas. Pode afectar todas as pessoas em qualquer idade e, se não for tratada, pode, em última análise, levar ao suicídio.
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Este é o alerta deixado por 12 cientistas proeminentes que analisaram 90 estudos sobre o tema e usaram os seus conhecimentos para avaliar a reação da população mundial à pandemia e prever as suas consequências.
O grupo prevê consequências psicológicas duradouras da pandemia, mesmo entre aquelas pessoas que não foram infetadas.
Os especialistas preveem que as gravidezes planeadas diminuirão em todo o mundo e que as taxas de natalidade cairão e muitos casais adiarão o casamento.
As pessoas solteiras terão menos probabilidade de iniciar novos relacionamentos. As mulheres independentes financeiramente provavelmente ficarão solteiras por mais tempo.
Com as crianças em casa devido à pandemia, as mulheres estão a gastar mais tempo com cuidados e educação e estão menos disponíveis para o trabalho remunerado e podem vir a depender mais dos parceiros a nível económico. Isso reforçará as normas de género socialmente conservadoras e potencialmente resultará num retrocesso na igualdade de género.
Ao contrário de muitas crises anteriores, esta pandemia não está a aproximar as pessoas e, apesar de algumas exceções, não está a aumentar o sentimento de bondade, empatia ou compaixão, consideram os especialistas.
“As consequências psicológicas, sociais e societárias da COVID-19 serão muito duradouras. Quanto mais tempo a COVID-19 interferir na vida das populações, mais enraizadas serão essas mudanças”, disse a professora Martie Haselton, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, uma das autoras da análise.
