Maioria das crianças obesas em Portugal sofre bullying escolar
Segundo uma sondagem da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), a maioria (65 por cento) dos 512 encarregados de educação inquiridos revelou já ter tido que lidar com pelo menos um episódio de bullying escolar ou preconceito relacionado com o peso da criança, nos últimos dois anos letivos.
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Insultos, alcunhas e comentários inapropriados foram os principais atos discriminatórios cometidos contra crianças com excesso de peso na faixa etária entre os seis e os 14 anos.
Os episódios de bullying reportados foram na maioria realizados por colegas da mesma turma (47 por cento), seguindo-se situações com alunos de outras turmas da escola (40 por cento) e ainda ocorrências com professores ou pessoal não docente (13 por cento).
A pandemia de COVID-19 parece ter agravado a situação: uma em cada cinco crianças com obesidade foi vítima pela primeira vez de um ataque de cyberbullying nas redes sociais relacionado com o seu peso durante os meses de confinamento e ensino à distância.
Para alertar sobre os efeitos do bullying, da discriminação e do estigma associados à obesidade a APCOI junta-se à ECPO (Coligação Europeia de Associações de Pessoas com Obesidade) na campanha People First #LivingWithObesity que inclui o lançamento de um spot de vídeo, infográficos educativos e ainda um webinar ao vivo em simultâneo em todos os países agendado para esta quarta-feira, dia 21 de outubro, às 14h00. Em Portugal todos os materiais e informações desta campanha serão divulgados no site www.apcoi.pt neste dia.
“A APCOI aceitou o convite para participar nesta campanha europeia com o objetivo de pôr fim ao sofrimento não só das crianças, mas de todas as pessoas que em qualquer idade podem desenvolver esta doença crónica e não podem continuar a ser vítimas de estigma e de preconceito. A mensagem da campanha é simples: não há pessoas obesas, há pessoas que têm uma doença: obesidade”, acrescentou Mário Silva, presidente da APCOI.