A investigação sugere que a introdução precoce de glúten em altas doses pode ser uma estratégia eficaz de prevenção da doença, embora os cientistas afirmem que mais estudos são necessários antes de serem aplicados na prática.

A doença celíaca é uma doença autoimune em que a ingestão de glúten faz com que o sistema imunitário do corpo ataque os seus próprios tecidos. Atualmente, não existem abordagens para prevenir a doença celíaca e o tratamento envolve a exclusão a longo prazo do glúten da dieta.

Mesmo pequenas quantidades de glúten na dieta de pessoas com doença celíaca podem causar danos ao revestimento do intestino, impedir a absorção adequada de alimentos e resultar em sintomas como inchaço, vómito, diarreia, constipação e cansaço.

Esta investigação analisou os efeitos do glúten aliado à amamentação, a partir dos quatro meses de idade; os resultados foram comparados aos de um grupo de controlo composto por crianças que evitaram alimentos alergénicos e que consumiram apenas leite materno até os seis meses de idade.
Os bebés no grupo de intervenção receberam quatro gramas de proteína de trigo por semana a partir dos quatro meses de idade. No total, 1004 crianças foram testadas para anticorpos antitransglutanimase, um indicador de doença celíaca, aos três anos de idade.

Os resultados mostraram que, entre as crianças que retardaram a introdução do glúten até depois dos seis meses de idade, a prevalência de doença celíaca aos três anos foi superior ao esperado – 1,4 por cento num grupo de 516 crianças. Em contraste, entre as 488 crianças que introduziram glúten a partir dos quatro meses de idade, não houve casos de doença celíaca.